Teremos ‘retenciones’ à brasileira?


Recentemente, o governo federal implementou uma medida provisória que limita o aproveitamento de créditos de PIS/Cofins, desencadeando preocupações entre os produtores rurais e exportadores. Marcos Rubin, fundador da @Veeries – Agronegócio, comparou essa situação às “retenciones” argentinas, que são impostos sobre exportações que historicamente prejudicaram os produtores do país vizinho. 

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No caso brasileiro, as novas restrições afetam, segundo ele, não apenas os produtos agrícolas, mas também combustíveis e fretes. Isso aumentaria a penalização dos produtores rurais, especialmente daqueles localizados mais longe dos portos. “Na prática, o que ocorre é um aumento da carga tributária sobre as exportações em geral e o agronegócio em particular. Ainda que por vias indiretas, isso não deixa de lembrar as famigeradas retenciones argentinas – e com claras desvantagens a nosso desfavor”, comenta ele.

“Num primeiro momento, a medida paralisou o mercado de soja, com as tradings suspendendo as compras enquanto avaliam os efeitos da medida provisória”, completa.

O Ministério da Fazenda estima que a nova medida provisória pode gerar uma arrecadação de R$ 29,3 bilhões. Esse valor seria suficiente para compensar a manutenção das desonerações na folha de pagamentos de 17 setores, que resultam em uma perda de R$ 26 bilhões para os cofres públicos. No entanto, há muita dúvida em relação a essas projeções. Estimativas apontam que, só no setor de exportação de soja, o impacto financeiro pode chegar a R$ 6,5 bilhões anuais.

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“Será essa uma lei daquelas que vai vingar? O tempo dirá. A Medida Provisória terá de ser aprovada no Congresso e os parlamentares ligados ao agronegócio estão se mobilizando para derrubá-la. Só que enquanto estiver em vigor haverá turbulências para a comercialização de grãos. E isso ocorre justamente numa janela importante para as exportações brasileiras, considerando que mais para o final do ano a competitividade da soja e do milho dos Estados Unidos crescerá com uma eventual boa safra americana”, conclui.
 

Fonte: agrolink

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