A Céleres, em seu informativo mensal de agosto de 2024, apresenta uma análise detalhada sobre a precificação da soja para a safra 2024/25, destacando os fatores que pressionam as cotações globais da oleaginosa.
Aumento de estoques e safra cheia nos EUA
A expectativa de aumento nos estoques de passagem de soja da safra 2023/24, juntamente com a previsão de uma safra cheia nos Estados Unidos, tem impactado significativamente os preços globais, tanto no mercado disponível quanto no futuro.
As referências para março de 2025 registraram valores próximos a US$ 10,5 por bushel na última semana de julho de 2024. Na região da BR-163, os preços para 2025 já atingiram o patamar de R$ 100-105 por saca, um sinal de alerta para os produtores brasileiros em relação à formação de preços e margens na próxima safra.
Cenários de preço e margens para produtores brasileiros
Com a estabilidade cambial, a Céleres projeta que preços futuros entre US$ 10,5 e 11,0 por bushel são suficientes para garantir uma margem positiva e dentro da média para os sojicultores nacionais. Em Lucas do Rio Verde (MT), os custos operacionais médios para o ciclo 2024/25 estão estimados em R$ 85,7 por saca, representando um aumento de 1,4% em relação ao ciclo anterior.
Historicamente, a margem EBITDA média esperada pelos produtores em Mato Grosso varia entre 20% e 25%, dependendo da localidade e das condições climáticas. Para manter essa margem na próxima safra, os preços recebidos pelos produtores em Lucas do Rio Verde devem situar-se entre R$ 103 e 107 por saca.
Impacto da taxa de câmbio
A análise da Céleres sugere que, com a taxa de câmbio a R$ 5,5, as cotações em Chicago devem estar entre US$ 10,1 e 10,4 por bushel para garantir uma margem EBITDA normal. Em caso de desvalorização do real para R$ 5,8, as cotações internacionais de cerca de US$ 10,0 por bushel seriam suficientes para manter o nível de margem esperada. No entanto, se o real se valorizar para R$ 5,2, a cotação necessária em Chicago seria de pelo menos US$ 11,5 por bushel, cenário considerado pouco provável.
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Riscos de prejuízo operacional
Os cenários extremos analisados indicam que, para evitar prejuízos operacionais, as cotações na CBOT (Chicago Board of Trade) precisariam atingir, no mínimo, US$ 9,5 por bushel (com câmbio a R$ 5,8), US$ 9,0 por bushel (com câmbio a R$ 5,5) e US$ 8,5 por bushel (com câmbio a R$ 5,2).
Em resumo, a Céleres destaca a importância dos produtores brasileiros monitorarem atentamente os movimentos cambiais e as cotações internacionais para identificar oportunidades de venda e garantir margens positivas na safra 2024/25. As informações são baseadas no informativo mensal da Céleres, refletindo as análises e julgamentos realizados até o momento.
Fonte: agrolink