Estudantes iniciam Olimpíada de Química em BH e celebram troca entre países do BRICS (VÍDEOS)


Pela primeira vez realizada na América Latina, a competição reuniu jovens de 40 países na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é considerada uma das mais difíceis e prestigiadas na área.
O brasileiro Ian Machado, aluno do Colégio Master, no Ceará, representa o país no torneio com orgulho. “A prova foi muito difícil, eu não tenho certeza quantos pontos eu vou fazer, mas minha confiança foi crescendo relativamente ao longo da prova”, contou à Sputnik Brasil.
Bandeiras da Rússia e Brasil, lado a lado. - Sputnik Brasil, 1920, 13.09.2024

Apesar do nervosismo inicial, ele se disse satisfeito por ter dado o melhor de si. “Eu acho que eu vou ter o desempenho que eu me esforcei pra ter, digamos assim. Eu não tenho certeza, mas eu dei o meu melhor e eu espero que venha um resultado bom.”
Além da pressão das avaliações, a distância entre estudantes e professores durante a aplicação das provas também impacta a experiência dos participantes, já que é uma das regras da competição para evitar fraudes e manter a imparcialidade. “Tinha oito horas antes da prova começar que a gente não tinha nenhum contato com eles.”
“Provavelmente estavam aqui na universidade traduzindo a prova e não tiveram nenhum contato com a gente pra que não acontecesse nada fora das regras”, relatou Ian.
Mesmo com a complexidade das questões, o estudante russo Albert Semenov destacou o bom desempenho na primeira etapa. “Fui bem no geral. As tarefas eram difíceis, mas resolvíveis. Acho que consegui um número normal de pontos.”
Para ele, o apoio dos professores na fase de preparação foi fundamental, ainda que a separação durante a prova seja necessária. “Isso não me incomoda, afinal o professor poderia ter ajudado muito na preparação para a Olimpíada.”
Semenov também valorizou o convívio internacional que o evento proporciona, ao relatar que a delegação russa fez contato “com muitos colegas de outras delegações, inclusive com a equipe do Brasil, da China, da Coreia”.
“Todos são ótimos, dá vontade de conversar com todo mundo e trocar experiências.”
O chinês Ge Muhao compartilha dessa empolgação. “Posso aprender um pouco mais de química com essa prova, e espero conseguir resolver quase todos os problemas aqui”, disse. Para ele, estar longe dos treinadores durante a prova não é estranho. “Quando estou treinando no meu país, também fico longe dos professores, então acho normal.”
Além do aspecto acadêmico, Ge Muhao se encantou com o ambiente da competição: “Conversei com muitos amigos de outros países, a paisagem é realmente bonita e há muitas pessoas interessantes aqui. Espero ir bem na próxima prova e fazer mais amizades com outros colegas de equipe.”
A reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, na terça-feira, celebrou a oportunidade de receber o evento em Belo Horizonte. “É uma honra enorme poder receber este evento, não só por causa das nossas parcerias com as instituições russas, […] mas também pelo fato de ser a primeira vez que esse evento é realizado na América Latina“, afirmou à Sputnik Brasil.
Segundo ela, o encontro fortalece o papel da universidade como referência nacional em química e pesquisa científica.
Mulher passa diante de cartaz em homenagem ao ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela durante encontro do BRICS em Joanesburgo. África do Sul, 27 de julho de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 16.08.2024

Além da valorização do conhecimento, a Olimpíada reforça os laços entre países do BRICS, especialmente Brasil e Rússia.
O professor russo Stepan Kalmykov, da Universidade Estatal de Moscou, destacou à reportagem que “a química é um dos temas que mais nos unem”. “É uma nova medicina, novos materiais, energia, ecologia — tudo isso envolve a química. É por isso que a colaboração entre diferentes países, especialmente com sistemas educacionais desenvolvidos, como Rússia e Brasil, é extremamente importante.”
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Fonte: sputniknewsbrasil

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