Brasil deve colher 169,9 milhões de toneladas de soja, mas margens continuam apertadas


O Brasil se prepara para colher uma safra recorde em 2024/25, com uma estimativa de 169,9 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 12% em relação ao ciclo anterior, segundo dados divulgados na estimativa Céleres® da safra de grãos 2024/25. Apesar desse desempenho, o cenário não é de total otimismo para os produtores.

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A área plantada também deve apresentar um ligeiro aumento de 1,6%, totalizando 46,2 milhões de hectares, o que representa um acréscimo de 700 mil hectares em comparação à safra passada. No entanto, o crescimento da área plantada é mais modesto do que nos anos anteriores, refletindo expectativas de margens operacionais positivas, porém, abaixo da média da última década.

A Céleres® projeta uma margem operacional média de R$ 1.349 por hectare, o que equivale a 21% sobre a receita bruta. Este número, embora superior à margem de R$ 1.062/ha (17% sobre a receita bruta) observada na safra anterior, ainda enfrenta desafios significativos. A estimativa não considera despesas com arrendamento, finanças e depreciação, fatores que podem pressionar ainda mais a rentabilidade dos produtores, especialmente aqueles que dependem de arrendamentos, cujas margens líquidas podem ficar próximas de zero.

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O aumento da produtividade, impulsionado pela recuperação das condições climáticas pós-El Niño, é um dos principais fatores que sustentam as margens, apesar da queda nos preços internos e externos. No entanto, o cenário de preços internacionais em declínio e as margens apertadas exigem maior eficiência na gestão e seleção de insumos, além da necessidade de aproveitar as oportunidades de mercado decorrentes da desvalorização do Real.

A demanda global por soja, principal produto agrícola do país, deve se manter firme, mesmo diante da desaceleração econômica na China. O Brasil deve continuar liderando o fornecimento global, com uma expectativa de exportação de 107 milhões de toneladas, 5% a mais que o recorde registrado em 2022. No mercado interno, a demanda por esmagamento de soja deve crescer 3,3%, alcançando 55 milhões de toneladas, impulsionada pelo aumento do uso de óleo de soja para biodiesel. Apesar da forte demanda, espera-se um aumento dos estoques internos, reforçando a continuidade do ciclo de baixa para os preços da soja no mercado interno durante 2025. Em regiões mais distantes dos portos, como a BR-163 em Mato Grosso, os preços já devem começar o ano abaixo de R$ 100 por saca, refletindo o cenário desafiador que os produtores enfrentarão na safra 2024/25.

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Fonte: agrolink

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