O especialista Sergio Cardoso, Diretor de Operações na Itaobi Representações, expressou em uma postagem no LinkedIn suas preocupações e críticas ao cenário atual do mercado de arroz no Brasil. Segundo Cardoso, o governo tem criticado o setor de arroz, e a possibilidade de leilões de arroz importado ainda está no radar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele argumenta que essa postura busca projetar o governo e a agricultura familiar como os salvadores dos consumidores, em detrimento dos “especuladores cruéis” que mantêm os preços de mercado do arroz.
Cardoso destaca que a dependência do Brasil em relação à produção de arroz no Rio Grande do Sul, que responde por 70% da oferta nacional, nunca foi um problema até a tragédia climática ocorrida em maio deste ano. As chuvas intensas e as inundações devastaram a região, revelando a precariedade da logística e das infraestruturas rodoviárias e portuárias brasileiras. O especialista sublinha que a falta de manutenção e a inadequação das estradas federais e estaduais às condições climáticas atuais agravam a situação.
Além disso, critica a ineficiência do setor ferroviário, que poderia ser uma solução para os problemas logísticos do país, mas que foi neutralizado pelo lobby da indústria automobilística. A dependência de estradas sucateadas e portos insuficientes e ineficazes é exacerbada pela falta de incentivos para a construção de novos portos e a modernização dos existentes. Ele ressalta que a infraestrutura rodoviária atual é um legado de um passado que priorizou estradas, mas sem a devida manutenção e atualização.
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Em sua análise, ele refuta a ideia de que o Brasil não pode depender de um único estado para a produção de arroz. Ele argumenta que isso contraria o conhecimento sobre produção, logística, terroir e viabilidade econômica. O especialista menciona o exemplo do potássio, que o Brasil precisa importar a altos custos, para ilustrar que a dependência de importações é uma realidade em vários setores. Para ele, a produção de arroz no Rio Grande do Sul é essencial para o país continuar a ser um grande produtor de alimentos, responsável por um quinto das refeições consumidas no mundo.
Fonte: agrolink