Bloqueio Atmosférico deve persistir até o final do mês


A segunda metade do mês de maio ainda deve ser marcada por chuvas excessivas no sul do país, enquanto áreas da parcela central ainda deverão sentir os efeitos do bloqueio atmosférico que persiste desde o final do mês de abril.

Essa condição, de certa forma, está alinhada com o esperado para a época do ano. Contudo, a falta de chuvas nas semanas anteriores, as temperaturas elevadas e a baixa umidade no centro do país, incluindo o MATOPIBA, estão limitando o potencial produtivo das lavouras como trigo, milho safrinha e feijão. Contudo, o tempo seco deve favorecer o avanço da maturação das lavouras mais adiantadas, beneficiando especialmente a cultura do algodão.

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Já ao sul do país, o avanço de pelo menos mais três frentes frias, devem resultar em chuvas excessivas até o final do mês, a projeção da NOAA indica volumes acima dos 200 mm na faixa central da região.

Veja a previsão por região e o mapa de chuvas


Chuva acumulada entre 15 a 30 de Maio.
Fonte: NOAA. Elaboração: Agrotempo.

 

Região Sul

Ao longo do período é esperado o avanço de algumas frentes frias – sistema associado à chuvas  – que também, devem favorecer a incursão de massas de ar polar, trazendo temperaturas de inverno na região. A primeira onda de instabilidades deve vir no entre os dias 17 e 20,  21 a 25, 26 a 28 de maio.

Desta forma, o mês de maio deve ser marcado como um período extremamente chuvoso, particularmente no Rio Grande do Sul. Assim, até o final do mês ainda são esperados acumulados acima dos 200 mm em áreas do norte do estado gaúcho e Santa Catarina, ocorrendo de forma recorrente.

Embora essas chuvas sejam frequentes, áreas do norte do Paraná devem seguir com uma condição de tempo mais seco, comprometendo o desenvolvimento das lavouras de milho safrinha, embora algumas já estejam atingindo a maturação neste período.

Por outro lado, o Rio Grande do Sul segue com as condições das lavouras comprometidas pelo excesso de umidade e as baixas temperaturas – que devem limitar a velocidade da maturação. Além disso, a viabilidade do cultivo de trigo pode ser adversamente afetada por condições de umidade excessiva, que prejudicam a aeração e a estrutura do solo, levando a deficiências no desenvolvimento radicular. Além disso, a lixiviação de nutrientes essenciais, provocada por precipitações intensas, pode resultar em solos com níveis subótimos de nutrientes necessários para o crescimento ideal das plantas.

Muito embora, o trigo possa se desenvolver de forma satisfatória no estado do Paraná.

 

Região Sudeste

O período deve ser marcado pela atuação do bloqueio atmosférico, impedindo a formação das nuvens carregadas e o avanço das frentes frias para a região, mantendo uma condição de tempo seco e com grande variação entre as menores e maiores temperaturas ao longo dos próximos dias.

Apesar disso, algumas instabilidades devem avançar até o sul de São Paulo, com a aproximação de algumas frentes frias até o final do mês. Contudo, os volumes previstos ficam abaixo dos 50 mm ao longo do período.

Essa condição de tempo seco em grande parte da região deve comprometer o potencial produtivo das lavouras de milho safrinha, feijão segunda safra e trigo, especialmente em Minas Gerais, onde a previsão inca as menores probabilidades para ocorrência de chuvas.
 

O período também deve ser marcado por temperaturas acima da média, condição que pode acelerar o ciclo de desenvolvimento do trigo e aumentar a perda de água por evapotranspiração das plantas. 

 

Região Centro-Oeste

A atuação de uma região de alta pressão – bloqueio atmosférico – no Brasil central ainda deve manter as condições de tempo firme em boa parte do centro-oeste, impedindo o avanço das frentes frias de forma mais abrangente, além de impedir a formação das nuvens carregadas na região. Áreas do nordeste de Mato Grosso do Sul, metade leste e sudeste de Mato Grosso e todo o estado de Goiás, devem seguir um período seco.

Apesar disso ser esperado para a época do ano, o agravante vem com as temperaturas significativamente acima da média, o que agrava as condições hídricas das lavouras de milho safrinha e trigo, sobretudo no estado de Goiás, onde as chuvas devem ser nulas. Áreas do sul e oeste de Mato Grosso do sul podem receber algumas instabilidades em função dos corredores de umidade que se formam em conjunto com as frente fria, no entanto, os volumes previstos não devem ser o suficiente para reverter a situação hídrica do estado, embora melhore pontualmente as condições para o trigo. Por outro lado, essa condição de tempo seco deve favorecer o início das operações de colheita do algodão.

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Apesar disso, há previsão de redução nas temperaturas, sobretudo em áreas do sudoeste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No entanto, as temperaturas elevadas – acima da média para o período – seguem sendo a regra das condições de tempo na região.

 

Região Nordeste

A tendência até o final do mês indica uma redução dos volumes de chuvas previstos para as áreas do norte e leste, condição que está alinhada com a climatologia da região. Já no interior, isto é, metade oeste da Bahia, sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste de Pernambuco, as condições devem ser de tempo seco até o final do mês.

Os maiores registros de chuvas devem se concentrar ao norte do Maranhão, com acumulados acima dos 200 mm no decorrer do período, assim como no litoral de Pernambuco e Alagoas. Ainda na faixa litorânea, em toda a região os registros devem variar entre os 50 e 150 mm no ao longo do período. Porém, essas chuvas não terão força o suficiente para adentrar o interior da região.

Áreas de milho safrinha e feijão estão sentindo os efeitos do estresse hídrico, sobretudo em áreas do centro-sul da Bahia, sul do Piauí e sul do Maranhão, o que pode comprometer o potencial produtivo dessas lavouras. já o algodão deve se beneficiar de uma condição de tempo mais seco, favorecendo o avanço da maturação.

 

Região Norte

O período deve ser marcado por chuvas mais frequentes em áreas do norte da região, com destaque para o estado do Amazonas e Roraima, com expectativas de acumulados acima dos 250 mm até o final do mês ,condição que está alinhada com o período. Áreas do litoral do Amapá e nordeste do Pará também devem ter um período com chuvas mais frequentes.

No entanto, setores do meio-sul do Pará, leste de Rondônia e metade sul de Tocantins devem ter um período com chuvas mais escassas. Particularmente o sul do Tocantins pode passar por um  período com ausência de chuvas, em função do bloqueio atmosférico que está atuando no Brasil central.

Esse período mais seco vem limitando o potencial produtivo do milho de segunda safra, porém favorece o avanço da maturação das lavouras de algodão.

Fonte: agrolink

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