Qual produtor gasta mais: BRASIL ou EUA?


Os custos diretos da produção de soja em Mato Grosso, Brasil, têm aumentado em uma taxa semelhante aos de Illinois desde 2016, atingindo níveis recordes na safra 2022/2023 e prevendo-se uma redução na safra 2023/2024. Geralmente, os custos para produzir soja foram mais elevados em Mato Grosso do que em Illinois. Este artigo compara as tendências nos custos diretos da produção de soja nas principais regiões produtoras do Brasil e dos Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores mundiais de soja.

Os custos diretos incluem fatores como fertilizantes, sementes, pesticidas, e despesas relacionadas à secagem, armazenamento e seguro agrícola. Em Mato Grosso, os custos totais aumentaram de US$ 274 por acre em 2016 para US$ 390 em 2023, com uma taxa média de crescimento anual de 7,5%. No centro de Illinois, os custos totais para a produção de soja subiram de US$ 186 para US$ 295 no mesmo período, com uma taxa média de crescimento anual de 7,4%. Essas tendências refletem um panorama global de aumento nos custos de produção de soja.

Os custos de produção de soja no Mato Grosso têm sido consistentemente mais altos que no centro de Illinois desde 2016. Apesar desses custos elevados, as margens operacionais no Brasil permanecem positivas devido aos preços robustos das matérias-primas, à demanda global e à taxa de câmbio favorável para os exportadores brasileiros. De 2016 a 2023, a moeda brasileira desvalorizou 60% em relação ao dólar.

Prevê-se uma queda de 14% nos custos diretos totais na safra 2023/2024 em Mato Grosso, comparado aos níveis recordes de 2022/2023. No entanto, os custos diretos no Brasil ainda serão superiores aos de Illinois, principalmente devido aos persistentes custos elevados dos fertilizantes. Essa disparidade é agravada pela dependência dos agricultores brasileiros, que importam 85% de suas necessidades globais de fertilizantes, enfrentando os impactos negativos dos preços e da volatilidade nos mercados globais.

O levantamento foi feito pelo Departamento de Economia Agrícola e do Consumidor
Universidade de Illinois e pelo Departamento de Economia Agrícola, Ambiental e de Desenvolvimento Universidade Estadual de Ohio.
 

Fonte: agrolink

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