A notícia de que a M.Officer entrou em recuperação judicial, com uma dívida de 53,5 milhões de reais, suscitou a curiosidade das pessoas sobre outras marcas de jeans que bombavam no anos 1980 e 1990. Pelas redes sociais, leitores comentaram sobre outras grifes que costumavam usar, como Lee, Forum e Zoomp. Veja como estão e por onde andam essas marcas de roupas.
M.Officer
A M.Officer foi fundada em 1986 pelo designer Carlos Miele, que decidiu empreender no ramo do varejo e da moda no Brasil. O negócio começou como um projeto de graduação de Miele na Fundação Getúlio Vargas e ganhou escala nos anos 1990 e na primeira década do século 21. Em 1997, a marca passou a se expandir por franquias e chegou a ter mais de 200 lojas pelo país, além de operações em Nova York, Miami e Paris. No início dos anos 2010, passou por uma forte crise. Em 2013, a rede de lojas teve 1 milhão de reais em bens bloqueados depois que vistorias em oficinas prestadoras de serviço encontraram e libertaram oito pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão. Depois, a pandemia também impactou bastante a empresa. Como apostava prioritariamente em lojas físicas, as restrições causadas pela covid-19 reduziram as vendas em 91%. Nos últimos dias, teve o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça. Além da crise do coronavírus, também colocou como justificativa a concorrência com players asiáticos.
M.Officer, de vestuário, entra em recuperação judicial com dívida de R$ 53,5 milhões
Lee
Fundada em 1889 no estado do Kansas, nos EUA, a Lee é uma das marcas de jeans mais antigas do mundo. Ela foi uma das primeiras empresas a colocar zíper na roupa, em 1912. Foi o ano, também, em que seus produtos ganharam escala. Nos anos 1960, a empresa se expandiu para mais de 50 países e em 1969 foi adquirida pela VF Corporation. Nos últimos anos, a empresa perdeu força e foi separada da VF Corporation. Hoje em dia, faz parte da Kontoor Brands. No Brasil, atualmente, tem uma loja online.
Forum
A Forum foi criada no início dos anos 1980 por Tufi Duek para trabalhar com o jeans e ganhou escala ao longo da década. A grife investiu numa rede própria de distribuição e apostou em lojas conceito. Também fazia turnês de desfiles pelo país com as lojas franqueadas. Em 2009, Duek saiu do negócio e a operação foi adquirida pelo AMC Têxtil, dono da marca Colcci. Nos últimos anos, voltou a ganhar tração com abertura de operações e com a entrada de novos estilistas. Hoje, conta com cerca de 29 lojas físicas e e-commerce.
Zoomp
No auge do sucesso, a Zoomp chegou a ter 800 funcionários e 84 lojas espalhadas em 10 países. Criada pelo empresário Renato Kherlakian, a empresa teve uma forte força de mercado entre 1974 e 2006. Nos anos seguintes, sem conseguir administrar o seu próprio gigantismo, e com dificuldade em enfrentar a abertura do mercado aos produtos importados, começou a se retrair. Em 2009, teve até a falência decretada por alguns dias, até ser revogada. Depois disso, foi comprada pela Global Capital e entrou em recuperação judicial. Entre 2016 e 2017, ensaiou uma recuperação, quando a marca foi adquirida por Alberto Hiar, mais conhecido como “Turco Loco”, dono da marca Cavalera, mas não engrenou. Hoje, ainda há um site da Zoomp, mas as informações não são atualizadas há alguns anos.
Yes, Brazil
A Yes, Brazil foi um símbolo de vestuário carioca nos anos 1980. Fundada por Simão Azulay àquela época e encerrada em 2006, a marca está ensaiando agora um retorno ao mercado. Ela fechou umacolaboração com a também carioca Reversa, marca feminina da Reserva. Para reviver a Yes Brazil, Thomaz Azulay, filho de Simão, buscou nos arquivos da marca aspectos dos anos 80 como patches, brilho, tachas e jeans.
Estilo de vida do Rio: Yes, Brazil retorna ao mercado em colaboração com AR&Co
Fiorucci
A marca italiana virou até letra de música para a banda Mamonas Assassinas: “Comprei um Reebok e uma calça Fiorucci, ela não quer usar”. A grife foi um sucesso nos anos 1970 e 1980, mas começou a definhar no final da década de 80, devido a má gestão do fundador Elio Fiorucci. Em 1990, foi adquirida pela empresa japonesa Edwin Co. No Brasil, a marca passou nos anos 1970 sob responsabilidade da Glória Kalil, e em 2006, quando teve peças importadas pelo grupo Supermarcas. Em 2017, a marca ensaiou um retorno comemorativo em função dos 50 anos da empresa, sendo comercializada em lojas dos Estados Unidos.
Fonte: exame