Será um ano desafiador para o trigo: ENTENDA


A safra de trigo no Rio Grande do Sul está chegando ao fim, e analistas privados estimam que a produção total seja de 3,0 milhões de toneladas, segundo a TF Agroeconômica. Dessa quantidade, 15% (450.000 toneladas) são de trigo panificável, 25% (750.000 toneladas) são de trigo médio e 60% (1,8 milhão de toneladas) são de trigo para ração animal. 

Este ano apresenta desafios para a indústria moageira, e a importação de trigo está prevista para aumentar significativamente, algo que não era observado há bastante tempo. “O aproveitamento desse trigo médio, será gradual, mês a mês, e dependerá da qualidade principalmente do trigo Argentino, pois ele perde muito em qualidade e extração. A baixa qualidade fez com que os moinhos não se alongarem em trigo, nem tampouco trouxe demanda representativa de fora do estado, como no ano passado”, comenta.

“A primeira consequência é que não teremos trigo panificável suficiente para cumprir os objetivos de moagem da temporada. Sobre a necessidade adicional de importação, deverão faltar aproximadamente 1,92 milhões de toneladas serem importadas a mais, durante o período, além do volume habitual de importação, para cumprir estes objetivos. A segunda consequência é a dificuldade de obtenção de sementes, que deverá se refletir no plantio da próxima safra, de 2024/25. As informações que já temos nos fazem concluir que a disponibilidade de sementes nos dois principais estados produtores permitiria, no máximo, manter a área atual com muita dificuldade”, completa a consultoria agroeconômica nesse início de semana.

A terceira conclusão destaca o grande volume de trigo feed produzido, aproximadamente 4,0 milhões de toneladas, somando-se ao estoque remanescente da safra anterior, resultando em uma ocupação excessiva nos armazéns que precisa ser escoada. A quarta conclusão enfatiza a urgência de realizar cobertura no mercado futuro para toda a produção. 

Em dezembro de 2022, a cotação do trigo SRW de Chicago para dezembro de 2023 estava em $785,25/bushel, com custo de produção de $743,55, representando um lucro de 5,31% em dólar. Se produtores, cooperativas ou cerealistas tivessem vendido contratos naquela ocasião, poderiam recomprá-los agora a $577,00, conforme o fechamento desta sexta-feira.
 

Fonte: agrolink

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