O Boletim Agropecuário de agosto do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) destacou que os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo permaneceram praticamente estáveis em julho. A variação mensal no preço pago ao produtor local apresentou uma leve queda de 0,3%, enquanto a comparação anual mostrou uma redução nominal de 2,2%. Em contraste, os preços do trigo no Rio Grande do Sul e no Paraná registraram altas de 1,2% e 0,7%, respectivamente. No início de agosto, os preços da saca de 60 kg de trigo no estado também apresentaram um recuo de 0,48% em relação ao mês anterior.
No cenário global, o último relatório do USDA/Wasde, divulgado em 12 de agosto de 2024, projetou um aumento de 1,09% na produção de trigo para a safra 2024/25, que deve alcançar 798,28 milhões de toneladas. O consumo global também está previsto para crescer 0,66%, atingindo um recorde de 804,02 milhões de toneladas, impulsionado pelo aumento da demanda na União Europeia, Cazaquistão e Ucrânia. No entanto, o comércio mundial de trigo deve registrar uma queda de 3,69%, devido ao aumento das exportações da Austrália e Ucrânia. Apesar da previsão de maior produção, a redução expressiva na produção de trigo na Rússia e na Ucrânia pode impactar a oferta global, elevando os preços internacionais e beneficiando as cotações nacionais.
Em Santa Catarina, a safra estadual de trigo 2024/25 tem transcorrido de forma positiva, com boas condições climáticas durante o mês de julho, o que favoreceu o desenvolvimento inicial das lavouras. Até o momento, os produtores conseguiram realizar todos os tratos culturais necessários, como tratamentos fitossanitários e adubações nitrogenadas. As lavouras em muitas regiões do estado, onde a semeadura ocorreu mais cedo, já avançaram para a fase de perfilhamento, e as condições de desenvolvimento e fitossanidade têm sido boas. Caso o clima continue favorável e não ocorra “frio tardio”, a produtividade média estadual deverá ser alta.
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O monitoramento da safra de trigo em julho revelou que a área plantada foi reduzida em 12,43% em relação ao ano anterior, mas a produtividade média estadual está estimada em 3.595 kg/ha, um aumento significativo de 60,69%. A produção estadual deverá crescer 40,72%, recuperando as perdas da safra 2023/24, que foi prejudicada pelo excesso de chuvas na época da colheita.
No cenário de comércio exterior, as importações catarinenses de trigo grão e farinha de trigo seguem em destaque. Em 2023, Santa Catarina respondeu por apenas 0,12% das importações nacionais de trigo grão, mas em 2024, até julho, essa participação subiu para 1,37%, um crescimento expressivo de 1.041%. No entanto, o estado permanece como o segundo maior importador de farinha de trigo do país, com 20,86% das importações nacionais até julho de 2024, atrás apenas do Paraná. No campo das exportações, Santa Catarina tem pouca expressão nacional, mas as vendas internacionais de trigo grão em 2024 superaram as de 2023, totalizando 2,58 mil toneladas até julho. As exportações de farinha de trigo também mostraram crescimento, atingindo 1,76 mil toneladas no mesmo período.
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Fonte: agrolink
