A piscicultura brasileira encerra 2025 com sinais de fortalecimento após um ano marcado por oscilações de mercado, ajustes produtivos e avanços institucionais. O setor atravessou um primeiro semestre de forte oferta, com pressão negativa sobre os preços, seguido por uma recuperação gradual da demanda e valorização ao produtor no segundo semestre, especialmente no último trimestre.
Mesmo com dificuldades no repasse de preços ao mercado final, o balanço do ano é considerado positivo. A inclusão dos peixes de cultivo na cesta básica da reforma tributária é vista como um passo relevante para ampliar a competitividade no mercado interno. O consumo também ganhou fôlego com a entrada de novos compradores durante o período de preços mais baixos, movimento que ajudou a consolidar a presença do peixe de cultivo, em especial a tilápia, na dieta do brasileiro.
“Tivemos um primeiro semestre com grande oferta de produto, o que pressionou os preços para baixo. As indústrias também reduziram valores no food service e no atacado”, explica o presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros.
No comércio exterior, o impacto do tarifaço foi limitado em volume, mas trouxe efeitos expressivos para empresas exportadoras, que precisaram redirecionar parte relevante da produção ao mercado doméstico. Outro tema sensível foi a proposta de inclusão da tilápia em uma lista de espécies invasoras, cuja decisão ficou para 2026, mobilizando o setor em articulação técnica e política.
As importações de pescado do Vietnã também geraram preocupação, sobretudo pela entrada de produto em um ano de safra elevada e preços baixos, além de questionamentos sobre isonomia sanitária, tributária e ambiental. “Temos projetos acelerados em genética, mercado e tecnologia, desde a produção até o processamento, todos voltados a ampliar a eficiência e fortalecer o setor”, conclui.
Fonte: agrolink





