O bem-vindo investimento dos produtores de proteína na economia circular


Para as empresas de alimentos, a sustentabilidade é uma pilar fundamental do processo produtivo. Os grandes players do setor se preocupam em operar de maneira sustentável em toda a cadeia de valor, do campo aos supermercados — até as bandejas usadas nas embalagens, afinal, oferecem desafios. E os investimentos feitos na agenda ESG não poderiam deixar de englobar a economia circular.

Na JBS, o aproveitamento da matéria-prima bovina ultrapassa os 90%. Ou seja, os itens oriundos da produção de proteína vão muito além dos alimentos que chegam à mesa de milhões de brasileiros todos os dias.

Os coprodutos da produção bovina viram outros produtos de alto valor agregado. Por exemplo, o sebo bovino dá origem ao biodiesel, que move carros e caminhões e ajuda o país a diminuir sua dependência em combustíveis fósseis. Ou vira sabão e sabonete presente nos lares de milhões de pessoas.

O peptídeo de colágeno, nutriente que contribui com as nossas articulações, saúde da nossa pele e também a conservação de produtos c pode ser produzido a partir do aproveitamento da derme bovina. E parte dos coprodutos orgânicos permite a produção de fertilizantes. Todas essas iniciativas reduzem o desperdício – o que sobrava era descartado – e aumentam a eficiência e a rentabilidade das empresas que atuam no setor de proteína animal.

“A economia circular gera novos negócios e soluções disruptivas que contribuem para a continuidade das atividades”,  diz Susana Martins Carvalho, diretora- executiva da Campo Forte Fertilizantes. “Existem várias oportunidades para acelerar e dimensionar a economia circular em todas as nossas operações.”

Inaugurada no início de 2022, a Campo Forte nasceu com o propósito de criar fertilizantes altamente tecnológicos e sustentáveis. Ela tem capacidade para produzir, a cada ano, 150 mil toneladas de fertilizantes orgânicos, organominerais e especiais.

Os produtos desenvolvidos pela Campo Forte ajudam a aumentar a produtividade e a reduzir as perdas, além de potencializar os nutrientes e diminuir o impacto no meio ambiente. O foco inicial da empresa são as culturas de soja, milho, café, cana-de-açúcar e hortifrutis, além de pastagens e florestas.

Economia circular, convém esclarecer, não é sinônimo de reciclagem. Trata-se, isso sim, de um investimento em processos regenerativos e restaurativos. Os sabonetes em barra produzidos utilizando sebo bovino como base servem de prova. A JBS produz 1 bilhão de unidades por ano. Não à toa, virou a maior produtora de sabonetes em barra no segmento B2B no Brasil, produzindo para as principais marcas do ramo.

Ela também conquistou o título de maior produtora de biodiesel do País, a partir do sebo bovino. Tem capacidade para produzir mais de 700 milhões de litros por ano. Recentemente, o biocombustível produzido pela JBS abasteceu os shows da turnê da Coldplay no Brasil.

Com fábrica em Presidente Epitácio, no interior de São Paulo, a Genu-in está no mercado de saúde e nutracêuticos. A companhia investiu R$ 400 milhões na sua primeira unidade, que tem capacidade para produzir 6 mil toneladas de peptídeos de colágeno e 6 mil toneladas de gelatina por ano.

“Os peptídeos de colágeno desempenham função nutracêutica, sendo essenciais para a mobilidade das articulações, estabilidade dos ossos, saúde dos músculos, ligamentos e tendões, e para a manutenção de uma pele sem rugas, cabelos brilhantes e unhas bonitas”, explica Claudia Yamana, diretora da Genu-in.

Essencial para a produção de sobremesas, sorvetes e confeitos, a gelatina pode ser utilizada tanto pela indústria alimentícia como pela farmacêutica, que utiliza o ingrediente para desenvolver comprimidos e cápsulas de remédio.

A empresa está lançando os seus dois primeiros produtos. Um deles é o peptídeo de colágeno Genu-in Life, que entrará na formulação de marcas de terceiros. O segundo produto é a gelatina Genu-in Gel, voltada para a indústria alimentícia e para o setor farmacêutico. A Genu-in atua prioritariamente no segmento B2B.

Outra empresa do grupo que extrai o colágeno da derme bovina – embora de maneira diferente e para um segmento distinto – é a Novaprom. Ela produz colágenos bovinos e soluções proteicas de alta funcionalidade, além de ingredientes para diversos setores da indústria alimentícia.

Confeccionados com matérias-primas não utilizadas por outras divisões do grupo, os produtos da Novaprom podem ser agregados a produtos cárneos e lácteos. Melhoram, por exemplo, a textura, a suculência e a estabilidade da emulsão e ainda mantêm a umidade natural e aumentam a capacidade de hidratação. A Novaprom exporta para mais de 40 países em 5 continentes.

Faltou falar que a JBS é a maior processadora de couros do mundo, produzindo variedades nos estágios wet blue, wet white, semiacabado e acabado para os setores automotivo, moveleiro, de calçados e artefatos. Originadas das operações de processamento de proteína animal da companhia, as peles possuem segurança de rastreabilidade de origem.

Nesse segmento, os grandes investimentos em tecnologia resultam em maior qualidade, produtividade e padronização dos produtos, melhor ergonomia e automação industrial. E ainda geram mais confiabilidade e segurança nos processos, reduzindo insumos. Curtumes próximos aos frigoríficos e uma frota especializada garantem o rápido processamento das matérias-primas e a retirada apropriada, além da qualidade e do respeito ao meio ambiente – tudo é processado 100% a partir do couro verde.

Por meio de marcas como Authentic, Cambré, Virgus e Conceria Priante, além da Kind Leather, que produz couro de baixo impacto ambiental, a JBS Couros atende diversos mercados ao redor do mundo e adota um rígido controle de uso de substâncias químicas. A empresa possui unidades certificadas pelo Leather Working Group e lançou em 2019 a Leather ID, primeira plataforma global de rastreabilidade da produção de couro.

Convém destacar o quanto a JBS Couros contribui com a economia circular, um dos pilares da sustentabilidade. O couro, afinal, garante o aproveitamento de um subproduto da produção de proteína animal. A JBS, no entanto, firmou o compromisso de garantir que qualquer subproduto gerado no processo do couro retroalimente sistemas produtivos de outras divisões do grupo, a exemplo das empresas Genu-in, JBS Biodiesel e Novaprom.

Fonte: exame

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