O agro é ou não sustentável?


O agronegócio brasileiro enfrenta críticas quanto à sustentabilidade, muitas vezes baseadas em mitos e dados mal interpretados, segundo Marcelo Okamura, diretor-presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias(inpEV). A tecnologia tem ajudado a tornar a agricultura brasileira mais produtiva e sustentável, destacando o país como exemplo mundial. 

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Um dos aspectos mais sensíveis do setor é o mercado de defensivos agrícolas, que são essenciais para proteger as culturas, mas também geram debates devido aos seus potenciais impactos ambientais e à saúde. A regulamentação no Brasil busca garantir o uso seguro e eficiente desses produtos, com avanços em defensivos biológicos e práticas mais sustentáveis.

“Começo dizendo que, apesar de vozes contrárias, nossa agricultura utiliza a quantidade de defensivos agrícolas necessária para um efetivo controle de pragas, doenças e plantas daninhas, que são abundantes em nosso ambiente tropical e, em vários casos, menores quando comparado a outras nações agrícolas consideradas mais desenvolvidas. A indústria investiu muito nos últimos anos para reduzir a quantidade de insumos por hectare tratado. Hoje, há casos de se utilizar menos de 10 gramas de princípio ativo em um hectare, ou seja, cerca de uma colher de sopa distribuída em uma área de 10 mil metros quadrados. No passado, essa conta era feita em quilogramas, em uma redução de aproximadamente mil vezes”, comenta.

O Brasil é referência mundial na destinação adequada de embalagens plásticas rígidas vazias de defensivos agrícolas, devido a uma legislação federal que responsabiliza os fabricantes pelo descarte ambientalmente correto. Essas embalagens não podem ser reutilizadas ou descartadas em coletas seletivas comuns, pois a resina reciclada não pode ser usada para alimentos ou cosméticos.  Há mais de 20 anos, foi criado o inpEV, que gerencia o Sistema Campo Limpo, um sistema de logística reversa nacional. Graças a esse sistema, o Brasil destina corretamente 100% dessas embalagens, exemplificando a prática de ESG na agricultura.

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“Com esse processo de reciclagem, somente em 2023, evitamos a emissão de mais de 75 mil toneladas de gases de efeito estufada equivalente na atmosfera, que é a medida correspondente ao impacto equivalente do mesmo volume de gás carbônico. Segundo especialistas, uma árvore sequestra cerca de 6 Kg de Co2 por ano, o que significa que o Sistema Campo Limpo evitou a emissão de gases de efeito estufa que exigiriam 12,5 milhões de árvores para sua neutralização. Isso sem contar o fato de que o processo de reciclagem consome menos água e energia elétrica do que a produção de embalagens plásticas feitas com resina virgem’, conclui.
 

Fonte: agrolink

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