Na última terça-feira (27/08), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, conduziu uma reunião estratégica para discutir e apresentar as novas ações do governo estadual no combate aos incêndios que assolam o estado. Em resposta à crise ambiental, Caiado determinou à Casa Civil a elaboração de um projeto de lei que prevê punições severas para os incêndios criminosos e a criação de uma comissão para reforçar a colaboração com entidades e aprimorar o monitoramento e a fiscalização dos focos de incêndio. ““São quatro meses e meio sem uma gota d’água, sem umidade alguma, então a capacidade de um incêndio progredir é altíssima. Estamos vendo isso acarretar prejuízos significativos ao meio ambiente, indústrias, produtores, enfim, a todos os segmentos”, destacou Caiado, ressaltando a gravidade dos prejuízos ambientais e econômicos causados pelas queimadas. Ele enfatizou a necessidade de medidas preventivas para mitigar os impactos negativos.
De acordo com dados da plataforma BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Goiás registrou 1.694 focos de incêndio entre 1º de agosto e 5 de setembro de 2024. Os municípios de Itumbiara, Chapadão do Céu e Jataí são os mais afetados, liderando a lista com os maiores números de detecções. Em Jataí, moradores relataram a presença cerca de cinco focos lineares de incêndio na beira de estrada na manhã de 5 de setembro. De acordo com os relatos, produtores tiveram que interromper o processo de aplicação de calcário para combater os incêndios, que supostamente teriam sido provocados intencionalmente.
Incendios são relatados no município de Jataí. Fonte: Arquivo Agrolink
O ano de 2024 já acumula 3.259 focos de incêndio detectados por satélites, um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.898 focos. No total, a plataforma já contabilizou 63.014 focos de incêndio entre janeiro e setembro.
A estação seca deste ano é particularmente severa. No extremo sul de Goiás, já são mais de 140 dias sem precipitações, enquanto o extremo norte enfrenta 127 dias de seca. A capital do estado também está em um período seco prolongado, com a última chuva ocorrendo em 26 de abril de 2024.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘agk_14000_pos_4_conteudo_mobile’); });
Gabriel Rodrigues, meteorologista do Agrotempo explica que as temperaturas estão bem acima da média, exacerbadas por ondas de calor e bloqueios atmosféricos. “Avaliando as projeções de longo prazo, existe a possibilidade de um período mais úmido a partir da última semana deste mês. Com indicativos de que a primeira quinzena de outubro será mais úmida. Caso essa previsão se confirme, o plantio pode ser realizado dentro de condições mais adequadas. No entanto, essa projeção deve ser avaliada com cautela, uma vez que as simulações de longo prazo indicam apenas a tendência”, explica o meteorologista.
Apesar de a portaria do Vazio Sanitário liberar o plantio da soja a partir de 25 de setembro, as projeções de médio prazo indicam que o quadro seco pode persistir até pelo menos 21 de setembro. Rodrigues sugere que uma possível mudança para um período mais úmido pode ocorrer na última semana do mês, com a primeira quinzena de outubro apresentando condições mais favoráveis para o plantio, embora essa previsão deva ser acompanhada com cautela.
A Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) tem utilizado tecnologia avançada para enfrentar os incêndios. A titular da pasta, Andréa Vulcanis, destacou que o sistema de monitoramento com dados de 15 satélites permite acompanhar novos focos em tempo real, o que tem contribuído para uma resposta emergencial rápida e eficaz. “Satélite passou, detectou fumaça, incêndio, imediatamente toca no celular, por WhatsApp, de todos os brigadistas responsáveis para fazer uma atuação. Dentro das unidades de conservação, hoje temos uma resposta de emergência de, no máximo, dez minutos, o que reduziu os incêndios em 80%”
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘agk_14000_pos_5_conteudo_mobile’); });
Incendios são relatados no município de Jataí. Fonte: Arquivo Agrolink
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) alerta para os riscos à saúde causados pela combinação de altas temperaturas, baixa umidade do ar e fumaça das queimadas. A baixa umidade pode causar irritação nas vias respiratórias e agravar problemas como asma e alergias. A SES-GO recomenda que a população beba bastante água, evite exposição ao sol, use protetor solar e máscaras para proteger as vias respiratórias.
Para atender a situações de emergência, a SES-GO orienta a população a entrar em contato com a Defesa Civil (199), Corpo de Bombeiros (193) ou Samu (192). Além disso, é possível cadastrar-se para receber alertas da Defesa Civil enviando um SMS com o CEP para 40199.
Fonte: agrolink