O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) enfrenta o desafio de garantir a geração de energia elétrica que atenda à demanda de forma segura e econômica em diferentes períodos. Alan Henn, CEO da Voltera Energia, destaca que o ONS utiliza softwares com modelos matemáticos avançados para encontrar soluções eficientes, mas esses modelos têm limitações, frequentemente simplificando a realidade e resultando em discrepâncias entre previsões e eletricidade gerada.
Para 2025, o ONS propõe uma série de mudanças visando aprimorar a precisão desses modelos. Uma das principais alterações é a reorganização das usinas hidrelétricas (UHE), que atualmente são agrupadas em 12 blocos representativos, agregando mais de 100 usinas. Essa abordagem simplifica o processo, mas pode resultar na perda de informações cruciais. A nova proposta sugere o uso de dados individuais das UHEs ao longo de 12 meses, com o objetivo de aumentar a acurácia das previsões.
Além disso, Henn ressalta que os modelos atuais têm dificuldades em reagir rapidamente a situações críticas, como escassez de chuvas ou aumentos bruscos no consumo, o que pode levar a cortes no fornecimento e apagões. Embora os modelos sejam programados para serem avessos ao risco, ajustando suas escolhas de usinas em momentos de crise, isso pode elevar os custos da energia. A proposta para 2025 visa intensificar essa aversão ao risco, mesmo que implique custos ainda maiores para a geração de energia.
Essas mudanças visam refinar a precisão dos modelos de geração e fortalecer a segurança do sistema elétrico nacional. Com ajustes no agrupamento das usinas e uma abordagem mais rigorosa em situações de risco, o ONS pretende garantir uma resposta mais eficaz às variações e crises do setor, assegurando um fornecimento confiável e sustentável para todo o país.
Fonte: agrolink