Mercado de açúcar oscila com safra indiana


O mercado de açúcar começou o ano com alta volatilidade, impulsionada pelas mudanças na safra indiana, conforme análise do Itaú BBA. Em janeiro, o contrato de março/25 subiu 0,5%, fechando a USDc 19,35/lb, mas chegou a cair abaixo de USDc 18,00/lb após a liberação de exportações pela Índia. O açúcar cristal, por sua vez, recuou 5,0% no mês, cotado a R$153/sc, pressionado pela valorização do real.

A política do governo indiano teve papel central nesse movimento. Inicialmente, restrições à exportação e à produção de etanol impactaram as usinas locais. No entanto, em resposta à safra passada, foram adotadas medidas compensatórias, como um leilão de compra de etanol e a liberação de 1 milhão de toneladas de açúcar para exportação. A decisão surpreendeu o mercado, levando o preço em Nova York a uma mínima de USDc 17,79/lb.

“Para compensar pela safra passada, o governo está com politicas compensatórias, como um leilão de compra com um elevado volume de produção de etanol à base de cana e a liberação de uma cota de exportação de 1 MM t de açúcar”, explica.

Apesar da liberação, os exportadores indianos não concretizaram as vendas, pois a arbitragem de exportação estava fechada. Com os preços internos em Maharashtra a INR 35.000/ton (USDc 18,25/lb), inviabilizando as negociações externas, o mercado se recuperou rapidamente. “A liberação das exportações foi um pleito que a indústria já pedia há meses, porém o mercado tinha dúvidas que ocorresse devido à performance ruim da safra atual”, indica.

Além disso, as estimativas para a safra 2024/25 foram revisadas para baixo, de 30-32 milhões para 27-29 milhões de toneladas. O Itaú BBA ajustou sua projeção de 29,5 para 28,6 milhões de toneladas, reforçando as incertezas sobre a oferta global de açúcar.
 

Fonte: agrolink

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