Desde o final de abril de 2024, o estado do Rio Grande do Sul tem enfrentado um dos maiores desafios climáticos da história. Chuvas intensas e contínuas levaram a um acúmulo de água que resultou em inundações, afetando a população, a infraestrutura e a economia local. Porto Alegre, a capital gaúcha, está entre as áreas mais afetadas, sofrendo com os impactos de um excesso de água na superfície terrestre que ainda causa transtornos.
De acordo com a Nota Técnica do Instituo de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs, a palavra “inundação” muitas vezes é usada de forma genérica para descrever qualquer acúmulo excessivo de água. No entanto, é importante entender que existem diferentes tipos de inundações, cada uma com características e impactos específicos.
Inundação gradual:
Uma inundação gradual ocorre quando a água transborda de um rio ou curso d’água de forma lenta e contínua, geralmente devido a chuvas prolongadas em áreas de planície. Este tipo de inundação é caracterizado por uma elevação lenta dos níveis de água, o que pode permitir mais tempo para que as pessoas se preparem e evacuem as áreas afetadas. Exemplos desse tipo de inundação foram observados na Região Metropolitana de Porto Alegre, além dos municípios de Pelotas e Rio Grande. Nessas áreas, a principal preocupação era com a profundidade da água, que inundou ruas, casas e comércios, mas permitiu que os moradores aguardassem o resgate por mais tempo e que a ação de resgate fosse mais lenta e organizada.
Enxurrada (inundação brusca):
Em contraste, a enxurrada é um tipo de inundação rápida e violenta, provocada por chuvas intensas em áreas de relevo acidentado. As enxurradas são caracterizadas pela rápida elevação dos níveis de água e pela alta velocidade das correntes, que têm grande poder destrutivo. Esse tipo de inundação foi observado no Vale do Taquari, afetando municípios como Cruzeiro do Sul, Estrela, Lajeado, Roca Sales, Muçum, Marques de Souza, Colinas e Arroio do Meio. Nessas áreas, as águas das enxurradas destruíram severamente a infraestrutura e residências, forçando evacuações rápidas e causando danos extensivos. Devido à velocidade e força da água, o sistema de alerta precoce é essencial para prevenir tragédias maiores.
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Portanto, diante das definições, com os recentes acontecimentos, que ilustram de maneira alarmante a diferença entre os tipos de inundações. Enquanto a Região Metropolitana de Porto Alegre e os municípios de Pelotas e Rio Grande enfrentaram inundações graduais, permitindo uma resposta de resgate mais lenta, o Vale do Taquari foi severamente atingido por inundações bruscas. As correntes violentas e rápidas devastaram áreas inteiras, sublinhando a necessidade de sistemas de alerta eficazes e evacuações rápidas para evitar perdas humanas e materiais. Essas ocorrências destacam a importância de estratégias diferenciadas de preparação e resposta a desastres naturais, dependendo da natureza e velocidade das inundações enfrentadas.
Fonte: agrolink