“Há várias bombas relógios” na economia global?


De acordo com José Carlos de Lima Júnior, sócio do Markestrat Group e cofundador da Harven Agribusiness School, várias “bombas relógio” estão armadas e distribuídas no cenário econômico global, refletindo a complexidade da atualidade.

Na China, no dia 30 de setembro, o governo anunciou que os bancos devem reduzir as taxas de empréstimos imobiliários nos próximos 30 dias para estimular a economia e aliviar a pressão sobre o setor. Cidades como Guangzhou, Shenzhen e Xangai suspenderam restrições à compra de imóveis, uma tentativa de reaquecer o mercado. Entretanto, a deflação e o baixo nível de consumo continuam a ser desafios significativos para a recuperação econômica do país.

Em contrapartida, no Oriente Médio, Israel tem elevado a tensão ao provocar o Irã, apoiado pelos EUA, que expandem sua presença militar na região. Essa dinâmica tem um aspecto econômico importante, uma vez que se trata de um embate entre a Nova Rota da Seda, liderada pela China, e o Corredor Econômico Oriente Médio-Europa, sob influência dos EUA. As recentes descobertas de petróleo na região intensificam essa disputa, pois a utilização dessas oportunidades econômicas requer a eliminação da oposição.

Além disso, a Bielorrússia se prepara para um possível conflito, justificando essa decisão pelo aumento das tropas ucranianas na fronteira. A greve dos agentes portuários da Costa Leste dos EUA, ocorrida recentemente, complica ainda mais a situação, resultando em atrasos significativos nas entregas globais.

Esses conflitos geopolíticos podem elevar os preços do petróleo e gás natural, impactando diretamente os custos de combustíveis e fertilizantes. A alta taxa de inadimplência nos EUA e Brasil pode limitar o crédito em 2025. Diante desse cenário, a previsão para a safra 2024/25 é de um ambiente de risco contínuo, com a oferta de soja nos EUA e Brasil limitando a valorização do produto, enquanto as condições econômicas na China podem comprometer a demanda. A recuperação do setor pode começar a se desenhar em 2026, com a redução da oferta resultante do desestímulo dos produtores.

Fonte: agrolink

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