Dezembro é tradicionalmente um mês mais sereno para o setor agrícola, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) liberando um relatório que geralmente não traz grandes mudanças. No entanto, enquanto o foco está nos EUA, a América do Sul, em particular o Brasil, surge como uma incógnita significativa.
De acordo com Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets, neste mês, as atenções estão voltadas para o relatório que será divulgado na sexta-feira (8), e as expectativas giram em torno das possíveis mudanças na produção de soja, especialmente no Brasil. Apesar do histórico tranquilo de ajustes em dezembro, a recente volatilidade nas condições das lavouras brasileiras tem gerado especulações sobre a possibilidade de uma alteração nas projeções.
O mercado já reflete a preocupação com uma produção menor, atribuída ao início desfavorável das plantações no país, embora melhorias tenham sido observadas nos últimos tempos. Contudo, é importante destacar que estimar a safra e prever as ações do USDA são duas questões distintas. Nos últimos 10 anos, o USDA nunca modificou a estimativa de produção brasileira em dezembro. Portanto, apesar das análises convergentes de que a produção deverá ficar aquém de 163, existe o risco de decepção no mercado na próxima sexta-feira, caso a tradição seja mantida.
Fonte: agrolink