O mercado global de trigo enfrenta desafios significativos à medida que a seca se intensifica no Hemisfério Sul, impactando diretamente nas estimativas do WASDE (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial). A calmaria aparente neste setor pode ser enganosa, pois a colheita avança e as perspectivas de ajustes nas estimativas da Austrália e Argentina se tornam mais limitadas.
De acordo com Pedro Schicchi, analista de Grãos e Oleaginosas da hEDGEpoint Global Marketsc, comparando as estimativas das agências locais, ajustes marginais estão previstos em ambos os países. A Argentina, por exemplo, pode enfrentar um corte de 1,5 milhão de toneladas, enquanto a Austrália pode ver uma revisão ascendente de 1 milhão de toneladas em sua produção. Além disso, os números finais do Statcan divulgados recentemente sugerem que a produção de trigo no Canadá também pode ser aumentada, adicionando complexidade ao cenário global.
Os olhos do mercado também se voltam para a Rússia, onde o ritmo das exportações de trigo diminuiu nas últimas semanas, principalmente devido às condições climáticas adversas no Mar Negro. Esse declínio nas exportações russas pode ter repercussões globais, afetando a oferta disponível nos mercados internacionais e potencialmente influenciando os preços.
Enquanto as expectativas de grandes mudanças no balanço dos EUA não são expressas, os analistas apontam para um possível aumento nos números das exportações. Isso se deve ao volume elevado registrado no último relatório de vendas de exportação e à crescente demanda vinda da China, sinalizando um cenário dinâmico no comércio internacional de trigo.
Fonte: agrolink