Censo de confinamento projeta crescimento de 2,5% no volume de bovinos para 2024


O censo de confinamento, recentemente divulgado, projeta um aumento de 2,5% no volume de bovinos confinados para o ano de 2024. Para compreender melhor os fatores que impulsionam esse crescimento, o Portal Agrolink conversou com Walter Patrizi, gerente técnico de Confinamento para a América Latina da dsm-firmenich.

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Fatores históricos e evolução do confinamento

Segundo Patrizi, é essencial analisar a história da pecuária brasileira para entender o crescimento do confinamento. “Quando olhamos uma perspectiva de curto prazo, vemos variações de aumento e reduções. No entanto, historicamente, o confinamento vem crescendo no Brasil devido à evolução da pecuária e da agricultura, especialmente na ocupação de terras,” explica.

A agricultura tomou aproximadamente 40 milhões de hectares da pecuária nos últimos 30 anos. Isso forçou a pecuária a se adaptar, produzindo mais em espaços menores e aproveitando melhor os pastos disponíveis. “Temos uma riqueza muito grande de grãos e coprodutos da agricultura à disposição do pecuarista, como caroço de algodão, polpa cítrica, farelo de soja e amendoim. Esses subprodutos intensificam a pecuária,” destaca Patrizi.

Além disso, houve avanços significativos em genética, sanidade, gestão e capacitação, permitindo que os animais ganhem mais peso em menos tempo, resultando em um ciclo de produção mais rápido em áreas menores. “Nas últimas duas décadas, o Brasil nunca parou de crescer, exceto em momentos de maior dificuldade para o confinamento,” afirma.

Regiões líderes no confinamento

Os dados indicam que Mato Grosso, São Paulo e Goiás são líderes em termos de volume de bovinos confinados. “Goiás e São Paulo, por aptidão, sempre desenvolveram a engorda de animais, adotando o confinamento há décadas. Atualmente, esses estados mantêm uma estabilidade no número de animais confinados, assim como Mato Grosso do Sul e Minas Gerais,” explica Patrizi.

No entanto, estados como Mato Grosso continuam a crescer em ritmo acelerado. “Outros estados, como Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, também estão desenvolvendo o confinamento devido ao avanço da fronteira agrícola, apesar de ainda não serem os principais confinadores do Brasil,” observa.

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Desafios e reduções no confinamento

Embora haja crescimento em algumas regiões, há também reduções em outras. Patrizi atribui essas quedas a fatores pontuais, muitas vezes relacionados à diminuição dos confinamentos de menor porte. “Os pequenos produtores enfrentaram uma fase difícil nos últimos anos, resultando em uma concentração maior de animais em grandes confinamentos,” explica.

Para exemplificar, das 2.500 a 2.600 propriedades levantadas, as 100 maiores concentram quase 50% dos animais confinados no Brasil, demonstrando uma concentração significativa no modelo produtivo.

Tecnologia e nutrição: fundamentos da produtividade

A tecnologia de nutrição é fundamental para aumentar a produtividade e a rentabilidade no campo. “Diversas tecnologias trazem resultados para o produtor, além da nutrição, como gestão baseada em dados, capacitação de pessoas, genética e sanidade,” destaca Patrizi.

A modernização dos aditivos nutricionais tem sido um diferencial significativo. “Os eubióticos, que substituem gradativamente os ionóforos, já estão presentes em mais de 1 milhão de cabeças no confinamento do Brasil. Outros aditivos específicos atuam em marcadores genéticos, aumentando o rendimento de carcaça em até 1,5%, algo inimaginável há alguns anos,” exemplifica.

Fonte: agrolink

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