Carlos Cogo diz que importação de arroz é desnecessária e ineficaz


O Governo Federal deu início a um processo de importação de até um milhão de toneladas de arroz beneficiado ou em casca, em uma tentativa de recompor os estoques públicos e estabilizar os preços do produto no mercado interno.  No entanto, a decisão do governo não está isenta de críticas. Carlos Cogo, analista da COGO Inteligência em Agronegócio, expressou fortes reservas quanto à necessidade e eficácia da importação. “Não vai rolar. Não vai rolar. A importação é completamente inoportuna, desproporcional, descabida e sem nenhum fundamento”, afirmou Cogo. Ele contesta os fundamentos usados pelo governo, ressaltando que a alegada alta de 30% a 40% no preço do arroz não se verifica nos dados econômicos.

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Cogo também destacou o impacto das decisões de outros países produtores de arroz, especialmente a Índia, que interrompeu suas exportações em julho do ano passado, causando um aumento de 46% no preço do arroz no mercado internacional. “O arroz já é uma commoditie globalizada. O preço subiu no Mercosul, subiu na Ásia e subiu no Brasil”, explicou.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicou um edital detalhando as especificações do arroz a ser adquirido: produto beneficiado, polido, longo fino, Tipo 1, safra 2023/2024, excluindo a aquisição de arroz aromático. O arroz deverá estar embalado em pacotes de 5 kg, transparentes e incolores, permitindo a visualização do produto e contendo a logomarca do governo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu a medida, afirmando que o objetivo é evitar a alta dos preços e garantir a estabilidade. “Já conversei com os produtores para deixar claro que não é para concorrer com o nosso arroz. Não queremos qualquer peso no bolso do brasileiro. Queremos estabilidade e comida na mesa”, declarou Fávaro. Segundo a Conab, o arroz importado será vendido a, no máximo, R$ 4 por quilo.

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As despesas relativas à aquisição do arroz serão limitadas a R$ 1,7 bilhão, com um valor adicional de R$ 630 milhões destinado à equalização de preços, conforme a Medida Provisória nº 1.225/2024.

Apesar das intenções declaradas pelo governo, Cogo permanece cético quanto ao sucesso da iniciativa. “A questão agora é se o governo conseguirá efetivamente atingir seus objetivos sem causar desequilíbrios adicionais no mercado interno e sem descontentar os produtores nacionais”, finalizou.

Fonte: agrolink

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