Um estudo recente revela que a grilagem impulsionou os preços médios da terra globalmente entre 2008 e 2022, aumentando a concentração fundiária. No Brasil, houve um aumento médio de 200% nos preços da terra entre 2008 e 2017, com o Maranhão registrando um aumento de 451%. A América do Norte teve um aumento de preço por 20 anos consecutivos.
A concentração fundiária é alarmante, com 70% das terras agrícolas controladas por apenas 1% das maiores fazendas globalmente. Na América Latina, 55% das pequenas propriedades ocupam apenas 3% da terra agrícola. No Brasil e na Colômbia, a concentração é especialmente alta, com uma pequena parcela de proprietários controlando uma grande parte das terras. Na Europa, 3% das propriedades controlam 52% das terras agrícolas.
O documento, produzido pelo IPES-Food (Painel Internacional de Especialistas em Sistemas Alimentares Sustentáveis), destaca a importância da produção de alimentos, uma área frequentemente negligenciada nos acordos globais em comparação com a energia.
Ele enfatiza que a pressão sobre a terra está tornando cada vez mais difícil a produção de alimentos em pequena e média escala, exacerbando desigualdades e problemas como revoltas de agricultores, êxodo rural, pobreza e insegurança alimentar. Embora o aumento dos preços da terra tenha sido observado principalmente na África e na América Latina neste século, a desigualdade no acesso à terra está crescendo mais rapidamente na América Latina e do Norte, Europa Central e Oriental e Sudeste Asiático.
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“As terras agrícolas não são mais propriedade dos agricultores, estão nas mãos de especuladores, fundos de pensão e grandes empresas agrícolas que buscam lucrar. Os preços das terras aumentaram tanto que está se tornando impossível sustentar-se com a agricultura”, avalia Nettie Wiebe, especialista do IPES-Food Canadá. “Isso está atingindo um ponto crítico – a agricultura em pequena e média escala está simplesmente sendo excluída.”
Fonte: agrolink