Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm impactado a produção de sementes, colocando em risco a qualidade e a viabilidade das safras. Marcelo Guerra, Coordenador de Operações da Coopadap, destaca como essas mudanças têm influenciado o trabalho da cooperativa e os desafios enfrentados pelos produtores.
A elevação das temperaturas tem sido uma preocupação crescente. Marcelo Guerra observa: “Tenho percebido um aumento nas temperaturas, o que é bastante crítico para a safra que está prestes a começar a colheita. Já tivemos produtores vindo à unidade de sementes comunicando que vão entregar suas sementes mais cedo. Em meus oito anos na cooperativa, nunca vi sementes sendo entregues no início de junho; isso sempre acontecia nos últimos dias do mês.”
Esse aumento nas temperaturas não apenas afeta o tempo de colheita, mas também impõe uma necessidade maior de armazenamento, o que pode comprometer a qualidade das sementes. “Uma das questões é essa frequência na questão da colheita e com isso maior tempo de armazenamento”, comenta Guerra.
Para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos, diversas estratégias estão sendo implementadas. Marcelo Guerra detalha algumas das medidas adotadas pela Coopadap: “Estamos investindo em tratamentos para o trigo e, no futuro, se as temperaturas continuarem a subir, podemos até considerar a climatização do trigo para garantir sua qualidade. Atualmente, estamos realizando dois tratamentos: uma pré-limpeza e uma pós-limpeza, seguidos por expurgos durante o armazenamento.”
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A estratégia de realizar múltiplos tratamentos e expurgos visa criar barreiras contra pragas e garantir a qualidade das sementes, mesmo sob condições climáticas adversas. As temperaturas mais altas do que o normal têm comprometido a cultura do trigo, que necessita de períodos mais frios para se desenvolver adequadamente. As temperaturas têm sido mais altas do que o normal para a época, inclusive à noite, o que compromete a cultura, que precisa de períodos em torno de 10°C.
Marcelo Guerra ainda ressalta a importância de investir em soluções de longo prazo: “Talvez no futuro, se as temperaturas permanecerem muito elevadas, já estamos avaliando a questão de climatizar o trigo para garantir a qualidade”, finalizou.
Fonte: agrolink