O último sábado foi o Dia Mundial dos Oceanos, o ecossistema que cobre 71% da superfície do planeta e é considerado o “coração do mundo”. Os oceanos, essenciais para milhares de espécies e vitais para regular o clima, enfrentam crescente ameaça devido ao aumento dos níveis e temperaturas.
De acordo com a Oceana, organização internacional focada exclusivamente na conservação dos oceanos, eles absorvem mais de 90% do excesso de calor gerado pela atividade humana. Um novo relatório do Painel de Alto Nível para uma Economia Sustentável do Oceano destaca que soluções baseadas nos ecossistemas marinhos podem contribuir significativamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Essas soluções poderiam fornecer até 47% da redução anual necessária até 2050 para evitar um aumento catastrófico de 2 graus Celsius na temperatura global.
O Brasil desempenha um papel crucial na proteção dos oceanos, dada a extensão de sua costa banhada pelo Oceano Atlântico, totalizando 7.367 quilômetros. Esta vasta extensão sustenta uma riqueza natural incomparável, oferecendo ecossistemas diversos e territórios pesqueiros essenciais para a renda, empregos e segurança alimentar de milhares de brasileiros.
No entanto, o país enfrenta grandes desafios ambientais, incluindo o status de maior poluidor de plásticos na América Latina, com despejo anual de 325 mil quilos de resíduos plásticos nos mares. Além disso, a política nacional pesqueira é frágil e carente de transparência, ameaçando as espécies marinhas e a sustentabilidade da atividade, devido à falta de controle adequado sobre a quantidade de peixes capturados e à fiscalização ineficaz contra a pesca ilegal, não regulamentada e não reportada.
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“Não podemos mais admitir a poluição desenfreada por plástico motivada pela ganância da indústria que se recusa a ter qualquer responsabilidade sobre os dejetos não recicláveis que produz. Esse é um ponto fundamental para pensarmos na saúde desse ecossistema marinho”, afirma Ademilson Zamboni, diretor-geral da Oceana.
Fonte: agrolink
