A escassez de água é uma questão alarmante que atualmente afeta três bilhões de pessoas em diversas partes do mundo, onde o acesso a esse recurso vital é incerto, impactando necessidades básicas como beber, higiene e produção de alimentos. Um novo relatório da Comissão Global sobre a Economia da Água, lançado recentemente, destaca a urgência de adotarmos uma nova economia da água. Essa transformação é essencial para alterar a situação atual e garantir a segurança alimentar e o desenvolvimento humano, ameaçados pela má gestão dos recursos hídricos e pelas mudanças climáticas.
O estudo indica que, se nada for feito, até 2050 a escassez de água poderá comprometer metade da produção global de alimentos, levando muitos países a perderem até 8% do PIB. Nos países de menores rendimentos, essa queda pode chegar a 15%. A Comissão, co-dirigida por figuras renomadas como Mariana Mazzucato e Ngozi Okonjo-Iweala, busca redefinir a maneira como valorizamos e governamos a água como um bem comum global. Johan Rockström, diretor do Instituto de Potsdam, ressaltou a gravidade da situação, afirmando que “metade da população mundial enfrenta a escassez de água, e esse recurso vital está se tornando cada vez mais raro.”
O relatório propõe que, pela primeira vez na história, devemos equilibrar o ciclo global da água, considerando sua escassez e reconhecendo os múltiplos benefícios de um ciclo hidrológico estável. É crucial adotar uma abordagem proativa em relação à água, indo além das reações de mercado, para evitar problemas como a poluição hídrica. Mariana Mazzucato enfatiza que, ao valorizar adequadamente a água desde o início, podemos prevenir externalidades negativas e promover um uso sustentável desse recurso precioso. A mudança na forma como tratamos a água é fundamental para enfrentar os desafios do século XXI.
Fonte: agrolink