O pistache, uma pequena noz de sabor marcante, tem uma história milenar que remonta ao sudoeste asiático, mais precisamente à Síria e à antiga Mesopotâmia. De lá, sua cultura se espalhou pelo Oriente Médio e regiões do Mediterrâneo, incluindo a Sicília, na Itália, onde ganhou a reputação de “ouro verde” graças à qualidade excepcional do pistache de Bronte.
Produção global e perspectivas brasileiras
Atualmente, os maiores produtores de pistache são o Irã, os Estados Unidos e a Turquia, responsáveis por 75% do mercado global. No Brasil, a produção ainda é inexistente, mas o Ceará desponta como uma potencial nova fronteira para o cultivo da oleaginosa. Em 2022, a Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) acionou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para importar material genético de pistache, com o intuito de transformar o estado no primeiro produtor do fruto no Brasil.
“Queremos fazer, no Ceará, um campo experimental de pistache e tornar o estado o primeiro produtor nacional dessa cultura exótica”, diz o presidente da Faec, Amilcar Silveira. Estamos fazendo os estudos iniciais para definir em qual região será realizado os primeiros teste”.
A expectativa de cultivar pistache no Brasil traz esperança não apenas para os agricultores, mas também para os chefs e consumidores que já se apaixonaram pelo sabor e versatilidade dessa noz. A experiência do Ceará com a adaptação de culturas estrangeiras e o interesse crescente pela gastronomia sofisticada sinalizam um futuro promissor para o pistache em solo brasileiro. A proposta inclui a importação de material genético para testes em solo brasileiro, buscando adaptar o cultivo às condições climáticas e de solo locais. Se bem-sucedido, o Ceará pode se tornar o primeiro estado brasileiro a cultivar pistache.
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A febre do pistache na gastronomia
Enquanto a produção nacional de pistache ainda não acontece, o consumo dessa noz exótica só cresce no Brasil. O pistache se tornou um ingrediente queridinho da gastronomia, especialmente em doces e sobremesas. Esse aumento na demanda fez as importações subirem, atingindo US$ 8,8 milhões em 2023, equivalentes a 608 toneladas. No mercado interno, o quilo do pistache pode custar de R$ 119,00 a R$ 250,00 ao consumidor final.
A Chef Pâtissier Mirella Tellini Aranha, responsável pela confeitaria do Grupo Press, compartilha sua visão sobre a popularidade do pistache na culinária brasileira: O pistache, uma noz que já é consumida há mais de seis mil anos por diversas culturas, está em alta na gastronomia brasileira, impulsionado pelo consumo das influencers em suas dietas. De acordo com a Chef, o pistache, que até pouco tempo era considerado um produto muito exclusivo no Brasil, agora é amplamente utilizado em diversas receitas doces e salgadas. “Transformado em sorvete, cremes ou decoração, traz ainda mais beleza aos pratos. Cada chef tenta inovar e criar um novo produto que encante os consumidores. O problema é quando se utilizam corantes e saborizantes para a produção. É importante diferenciar e o desafio é saber usar o produto de forma a manter o sabor, a cor e, se possível, seus benefícios à saúde”, explica Mirella. Ela destaca que o pistache é uma noz verde rica em fibras, compostos antioxidantes e ácidos graxos, e que, além de suas propriedades nutricionais, a história conta que já foi utilizado como afrodisíaco e remédio. “É o que fazemos na produção do nosso Rolls de Pistache. Acredito que ele veio para ficar em nossa gastronomia”, conclui.
Fonte: agrolink