Embora o lançamento do foguete sul-coreano não tenha data marcada, a Força Aérea Brasileira (FAB) publicou nesta quarta-feira (7) algumas curiosidades sobre a parceria entre a Aeronáutica do Brasil, o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e a empresa sul-coreana.
Além do lançamento do foguete HANBIT-TLV, haverá o ensaio em voo da carga útil Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), uma “operação que demonstra a capacidade nacional em desenvolver tecnologias espaciais e lançar foguetes“, diz a FAB.
O foguete sul-coreano
O HANBIT-TLV será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, e fará um voo suborbital de até 85 km de altitude, voltará para a superfície da Terra e cairá em mar aberto.
© ©Pedro Ladeira/FolhapressEstrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, onde se situa a plataforma de lançamento de foguetes
Estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, onde se situa a plataforma de lançamento de foguetes
© ©Pedro Ladeira/Folhapress
A logística da vinda do foguete custou cerca de US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5 milhões) e levou mais de um ano para ser concretizada. O veículo da Innospace foi desmontado para o transporte e será montado, preparado e lançado em Alcântara.
O HANBIT-TLV é um lançador de satélites que mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas. O foguete dispõe de um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica, além de tecnologia híbrida, ou seja, com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas.
O brasileiro Sisnav
O veículo é equipado com a carga útil Sisnav, desenvolvida pelos militares e profissionais civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), que é parte do DCTA. Trata-se de um projeto de sistema de navegação inercial.
O Sisnav é um experimento tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que permitirá ao Brasil um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos.
No lançamento do foguete sul-coreano, será verificado se o Sisnav funciona corretamente em ambientes específicos, como de vibração, choque e alta temperatura, desde a decolagem até o voo transatmosférico.
O Projeto Sisnav está inserido no Sistema de Navegação e Controle (Sisnac), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da FAB, focado em órbitas baixas.
Antigamente os satélites eram maiores e, ao serem lançados, ficavam em órbitas altas durante longos períodos. A chegada dos voos em órbitas baixas revolucionou o mercado espacial.
Trata-se de um conceito que prioriza o lançamento de satélites menores e mais leves, planejados para órbitas mais baixas por períodos mais curtos, o que diminui a necessidade de grandes áreas e ainda permite o uso de foguetes menores para realizar a operação.
Fonte: sputniknewsbrasil