Após a derrota de d’Ávila no primeiro turno, o partido anunciou neutralidade e divulgou nota liberando o voto de seus filiados na segunda rodada de votação. Contudo, após a declaração de Amoêdo, o presidente da agremiação, Eduardo Ribeiro, afirmou ao Estadão que não estava liberado apoiar o candidato do PT. Segundo ele, na legenda há quem vote em Jair Bolsonaro (PL), mesmo que de forma crítica, e quem anule o voto.
A relação entre Amoêdo e o Novo vinha se deteriorando havia algum tempo. Nos corredores do partido, a interpretação é de que o apoio ao PT foi apenas a “gota dágua”, dado que o “casamento ia mal” havia meses. O fundador da legenda divergiu dos parlamentares eleitos em diversas ocasiões, como quando se manifestou publicamente contra a soltura do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), enquanto toda a bancada foi contra a prisão.
O empresário também discordou da legenda em questões como oposição ao chefe do Executivo – o Novo se considera “independente” – e a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19.
Amoêdo lamentou as críticas que recebeu por abrir o voto no petista e reagiu dizendo que exerceu sua “liberdade de expressão”, um direito que lhe é “conferido pela nossa Constituição”. “Tal direito não apenas dialoga com um dos pilares do Novo – a liberdade de expressão – como também encontra amparo no seu Estatuto, em Diretriz Partidária vigente e em uma nota recente que textualmente reafirmou a liberdade de seus filiados em votar segundo suas convicções”, afirmou, em publicação nas redes sociais.
Amoêdo chegou a ser lançado pelo Novo, em 2021, como pré-candidato ao Planalto, mas desistiu em seguida. À época, ele justificou a decisão pela “ausência de um posicionamento transparente, firme e célere da instituição”. Sua pré-candidatura ruiu após sofrer pressão interna de uma ala do partido.
O empresário deixou a presidência do partido em 2020, dois anos após terminar em quinto lugar na estreia da legenda como candidato à Presidência da República, em 2018.