O manejo do solo tem passado por mudanças profundas à medida que soluções biológicas ganham espaço na agricultura moderna, alterando a forma como doenças e produtividade são tratadas no campo. A análise é de George Alves Rodrigues, Líder de Negócios e Desenvolvimento de Mercado, com base em mais de duas décadas de acompanhamento direto de safras e tecnologias agrícolas.
Nesse período, práticas antes vistas com desconfiança passaram a ocupar papel central no planejamento agronômico, especialmente o controle biológico. Entre essas ferramentas, o Trichoderma se consolidou como um dos principais agentes no manejo do solo, deixando de ser tratado como alternativa para se tornar estratégia recorrente em sistemas produtivos de larga escala.
Embora conhecido pela ciência há séculos, o Trichoderma ganhou relevância com o avanço da bioengenharia e das formulações comerciais. Sua atuação vai além do micoparasitismo, pois envolve competição por espaço e nutrientes, dificultando o estabelecimento de patógenos de solo como Fusarium, Rhizoctonia e Sclerotinia. O efeito se estende ao estímulo fisiológico das plantas, com indução de mecanismos de defesa e fortalecimento do sistema radicular.
Em áreas agrícolas com histórico de alta pressão de doenças, o uso do Trichoderma em tratamentos de sementes e no sulco tem mostrado resultados consistentes. Em lavouras de soja no Cerrado, a adoção de um manejo biológico estruturado contribuiu para o controle do mofo-branco e para o aumento do vigor das plantas, refletindo maior tolerância a períodos de estresse hídrico.
A experiência reforça a percepção de que solos biologicamente ativos tendem a ser mais produtivos e resilientes. Enquanto defensivos químicos atuam de forma pontual, o manejo biológico promove equilíbrio e imunidade ao sistema produtivo. O avanço da microbiologia agrícola indica que a atenção à biota do solo será cada vez mais determinante para a competitividade no campo.
Fonte: agrolink





