Irã defende parceria estratégica com China para redesenhar ordem global, diz mídia


De acordo com o South China Morning Post (SCMP), o enviado iraniano Abdolreza Rahmani Fazli afirmou em Pequim que a parceria entre China e Irã deve se fortalecer de forma “sábia e equilibrada” para enfrentar desafios globais e combater o unilateralismo. Segundo ele, os laços entre os dois países são decisivos para a paz regional e representam uma nova fase de protagonismo asiático na ordem mundial.
Fazli destacou que a relação entre Teerã e Pequim transcende os aspectos econômicos e diplomáticos, sendo parte de um movimento estratégico mais amplo de ascensão da Ásia. Ele defendeu que nações independentes com civilizações antigas estão redefinindo seus papéis globais, e que essa aliança pode contribuir para o reequilíbrio de poder na região.
A crescente tensão entre China e Estados Unidos tem alimentado especulações sobre um apoio chinês mais intenso ao Irã, especialmente após a ofensiva aérea de Israel e dos EUA contra instalações nucleares iranianas em junho. Esse contexto reforçou os laços entre os dois países e ampliou o interesse estratégico de Pequim no Oriente Médio.
Três versões de centrífugas de fabricação iraniana em Natanz, usina de enriquecimento de urânio no Irã, 6 de junho de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 29.10.2025

Durante evento na Universidade Renmin, Fazli ressaltou a posição geográfica privilegiada do Irã, que conecta o Oriente Médio à Ásia Central e Meridional, além de controlar o estratégico estreito de Ormuz. Essa localização torna o país essencial para a Iniciativa Cinturão e Rota, além de ser um ponto-chave para o comércio entre a Ásia e a Europa.
O diplomata também destacou as vastas reservas energéticas do Irã, que ocupam o terceiro lugar mundial em petróleo e o segundo em gás natural. Essa riqueza, aliada à força econômica da China, cria uma base sólida para uma cooperação regional em infraestrutura, transporte e tecnologias emergentes, com potencial para remodelar a interação asiática.
Fazli elogiou a mediação chinesa entre o Irã e a Arábia Saudita em 2023, classificando-a como um marco para a estabilidade regional. Ele defendeu que a parceria sino-iraniana promove o multilateralismo e o desenvolvimento pacífico, servindo como modelo alternativo às políticas intervencionistas das potências ocidentais.
Apesar do otimismo, a cooperação entre a China e o Irã enfrenta novos desafios. O Reino Unido, a França e a Alemanha acionaram o mecanismo de “restabelecimento automático” de sanções ao Irã, acusando o país de escalada nuclear e de falta de transparência. A China, por sua vez, alertou para os riscos de segurança e prometeu reagir caso seus interesses sejam afetados.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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