Brasil não apenas ‘promete’, como outros países, mas tem solução para o futuro climático, diz agro


Nelson Ananias Filho, coordenador de sustentabilidade da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou à Sputnik Brasil a importância de convencer que a agricultura brasileira já combina produção e preservação. “Para nós é bastante importante a transparência daquilo que a gente faz aqui no agro brasileiro.”
De acordo com ele, o setor agropecuário brasileiro busca ser reconhecido como solução ambiental, energética e climática. “É o setor, como a gente já falou, que já vem fazendo iniciativas.”

“A gente não está prometendo, como outros países, que vão aumentar as suas emissões e, a partir disso, reduzir elas. Não, a gente já faz há pelo menos 13 anos com uma agricultura ABC, e há pelo menos 15 anos com um Código Florestal, um dos mais rígidos do mundo.”

Para ele, o Brasil tem uma posição definida frente aos compromissos climáticos, com uma solução mais barata, a agricultura tropical.
Ananias também explicou que a sustentabilidade agrega valor aos produtos do agro brasileiro.
Segundo ele, o produtor rural já pratica a redução de emissões de carbono e a recuperação de florestas por meio da legislação brasileira, no caso da Amazônia, onde propriedades devem ficar em um percentual de 50% ou 80% de preservação ambiental.
O desafio hoje não é implementar essas práticas, mas comprovar que elas já acontecem: “O grande desafio da agropecuária brasileira não é fazer, é comprovar que já faz. E isso é um grande desafio, não só para acordos internacionais, como a COP30, mas com questões negociais, de mercado.”
O coordenador da CNA destacou que a comprovação é crucial tanto para o mercado internacional quanto para o consumidor final. “A gente tem que garantir que o produtor e o consumidor, quando ele chegar na gôndola do supermercado, sendo no Brasil ou fora, ele opte, naturalmente, por um produto brasileiro, porque ele tem comprovadamente aquele valor agregado da sustentabilidade […], além da qualidade, além da quantidade que garante essa segurança alimentar.”

“Porque a gente vai agregar um valor que é um valor da floresta, é um valor de uma agricultura que fixa carbono no solo, é o valor de uma agricultura que fixa as pessoas dentro da floresta; as pessoas que cuidam da floresta e que se fixam dentro da floresta, elas precisam ser reconhecidas. Então é esse reconhecimento, essa ação de reconhecimento; ela é ampla e não tem nada a esconder.”

Ele afirma que a sustentabilidade também está ligada à preservação social e à segurança fundiária:
“Um produtor que não consiga se manter na sua propriedade, o que ele vai fazer? Ele vai passar fome? Não vai. Ou ele avança na riqueza que ele tem à mão, que, naturalmente, é a floresta, que já é um prejuízo; ou ele vai abandonar aquela área e vai para a cidade, criando um problema social e um problema ambiental e fundiário, de alguém deixar uma terra livre — é uma terra que está propícia a desmatamento ilegal, garimpo ilegal e outras atividades ilegais as quais a gente não quer que aconteça.”
Para fontes do setor ouvidas pela Sputnik Brasil, é impossível falar sobre as expectativas do pós-COP30 sem mencionar inovações feitas em território brasileiro.
O produtor rural Daniel Araújo, proprietário da Fazenda Terê-Tauá, explicou que o diferencial do seu trabalho está em aliar tecnologia e preservação ambiental, por exemplo.
Segundo ele, a criação de búfalos busca respeitar o equilíbrio natural dos ecossistemas locais. Eles são criados na ilha do Marajó, em condições naturais, e depois trazidos na fase adulta para a região de Belém, para que haja um trabalho sanitário e para que se forneça proteína para melhorar o sabor e a saúde dos animais.
“É muito importante, é indispensável para o produtor respeitar a legislação. A nossa legislação é muito severa, ela é muito ampla, mas é importante a gente preservar e é importante a gente mostrar para o mundo que a gente preserva.”
Outra iniciativa, ainda em fase embrionária, parte do engenheiro mecânico Felipe Santos, um dos criadores do AçaíBot. Ele explica que o equipamento foi desenvolvido para aumentar a eficiência e a segurança na colheita do açaí, uma das atividades mais tradicionais da Amazônia.
“Ocupando o açaizeiro com o robô, em vez de a pessoa peconheira estar subindo, ela vai estar operando o robô. Então ela, do chão, vai conseguir fazer a sua coleta de açaí.”
“A região amazônica é muito produtiva, e a gente trazer a tecnologia para dentro dela é algo glorioso.”
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Fonte: sputniknewsbrasil

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