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O Departamento de Guerra dos Estados Unidos informou que executou três ataques cinéticos letais contra quatro embarcações operadas por Organizações Terroristas Designadas (DTO) dedicadas ao tráfico de drogas no Pacífico oriental, segundo comunicado divulgado pelo secretário de Guerra da Casa Branca, Pete Hegseth. As embarcações, diz a nota, foram previamente identificadas pelo aparato de inteligência norte-americano enquanto transitavam por rotas habituais de tráfico e transportavam entorpecentes.
De acordo com o governo americano, as três intervenções resultaram na morte de 14 pessoas — oito na primeira ação, quatro na segunda e três na terceira — e em um único sobrevivente. As operações teriam ocorrido em águas internacionais e, conforme a versão oficial, não causaram baixas entre as forças dos Estados Unidos. O USSOUTHCOM ativou os protocolos de Busca e Resgate (SAR) para atender o sobrevivente e transferiu a coordenação do caso às autoridades mexicanas.
Em sua declaração, Hegseth afirmou que, depois de “duas décadas defendendo territórios estrangeiros, o Departamento agora se concentra na proteção do próprio”. O secretário acrescentou:
“Estes narco-terroristas mataram mais americanos do que a Al-Qaeda, e serão tratados da mesma forma: nós os vamos rastrear, interconectar e, depois, caçar e eliminar”, disse Hegseth, segundo o comunicado.
A ofensiva, segundo a administração americana, integra uma fase ampliada da chamada guerra contra cartéis latino-americanos designados como organizações terroristas pela administração Trump. Desde o início dessa escalada foram, segundo o texto, afundadas dez embarcações e registradas 43 mortes em ações no Caribe e no Pacífico.
As operações têm provocado reações de governos e organizações não governamentais. Lideranças da região classificaram os ataques como assassinatos ou execuções extrajudiciais. Entre os críticos, estão o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o presidente colombiano Gustavo Petro, ambos, segundo a administração americana, acusados por Washington de envolvimento com o narcotráfico — acusações que os citados líderes negam. Organizações como a Amnistia Internacional também questionaram a legalidade internacional das ações.
Cronologia das operações
Segundo a sequência divulgada pelo governo americano, a intensificação das ações foi registrada a partir de setembro:
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Em setembro, ocorreu o primeiro ataque no Caribe contra uma embarcação proveniente da Venezuela, atribuída ao Tren de Aragua, com 11 pessoas a bordo.
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Poucos dias depois, um segundo ataque matou três venezuelanos.
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Em 19 de setembro, o então presidente Trump anunciou nas redes sociais um terceiro ataque; parte da droga apreendida teria sido interceptada na República Dominicana, segundo a administração.
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Em 3 de outubro, Hegseth anunciou nova operação no Caribe que deixou quatro tripulantes mortos e divulgou um vídeo do momento da explosão.
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Em 14 de outubro, foi comunicado um quinto ataque próximo às costas venezuelanas, com seis mortes.
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Em 16 de outubro, um submarino foi alvo de ataque; de quatro tripulantes, dois morreram e dois sobreviveram, que teriam sido repatriados ao Equador e à Colômbia sem abertura de processos legais, conforme o governo americano.
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Em 17 de outubro, os Estados Unidos relataram o afundamento de uma lancha associada ao Exército de Libertação Nacional (ELN), com três mortos, segundo as autoridades dos EUA.
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No fim do mês, as ações teriam se estendido ao Pacífico, perto da costa colombiana, com mortes registradas em 21 e 22 de outubro.
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Em 24 de outubro, a administração Trump anunciou o décimo ataque, atribuindo-o novamente ao Tren de Aragua; seis pessoas teriam morrido.
Implicações legais e diplomáticas
Especialistas em direito internacional e direitos humanos, citados por organizações críticas, sustentam que ataques desse tipo em águas internacionais — especialmente quando resultam em mortes sem que os alvos sejam submetidos a processos judiciais — levantam sérias dúvidas sobre conformidade com normas de direito internacional humanitário e proteção de direitos humanos.
Por sua vez, a Casa Branca, segundo o comunicado de Hegseth, defende a continuidade das operações: “estas operações continuarão, dia após dia”, disse o secretário de Guerra, enquanto a administração insinua a possibilidade de ampliar a campanha militar para além das zonas marítimas, inclusive em território continental.
Ainda não há informações públicas sobre investigações independentes sobre os incidentes, nem sobre procedimentos para responsabilização por eventuais violações. Autoridades dos países citados como origem das embarcações e organismos internacionais vêm cobrando esclarecimentos sobre a legalidade e as circunstâncias das operações.
Fonte: gazetabrasil






