“Não se faz política de importação com caixa próprio, pouquíssimas empresas no mundo fazem isso. Recorrem a linhas de apoio do Ministério de Comércio Exterior ou uma casa [pasta] semelhante que, no caso da Argentina, é a Secretaria de Comércio. Então isso aí também incide. Sem uma política de Estado para garantir a complementariedade e as importações, é muito difícil fazer qualquer coisa. Pode ver o colosso que é o agro brasileiro, que não existiria se não fosse o Plano Safra, por exemplo”, afirma.
“O distanciamento entre Milei e Lula é importante e deve ser considerado, mas a situação econômica explica mais esse dado recente. Veja, por exemplo, que Milei disse que sairia do Mercosul, mas semana passada esteve presente na reunião com von der Leyen da UE [União Europeia] para tratar do acordo [do Mercosul] com a UE em si. Ou seja, alguns interesses se sobressaem aos embates ideológicos em determinados momentos como esse.”
“Em termos ideológicos, Milei tem priorizado acordos bilaterais, o fortalecimento do setor agrário e a busca pela diversificação de parcerias, com foco na Europa, em Israel e nos EUA. A opção por se afastar de governos considerados ‘comunistas’, incluindo o Brasil, pesou nessa diminuição, tornando a agenda entre os dois países restrita a negociações correntes, sem grandes anúncios ou acordos.”
Fonte: sputniknewsbrasil