O cenário político e econômico mundial segue pressionando os mercados, com efeitos diretos sobre a cadeia de lácteos. A retração da demanda chinesa, associada ao estímulo à produção doméstica no país asiático, impacta significativamente o comércio global. Projeções indicam que as importações de leite pela China devem cair de 24 milhões para 20 milhões de litros equivalentes por dia entre 2023 e 2024, segundo relatório do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa.
Embora essa desaceleração pressione o mercado internacional, o ajuste entre oferta e demanda nos principais exportadores começa a equilibrar as cotações. A recuperação das margens de rentabilidade nos países produtores deve sustentar um aumento na produção global nos próximos meses.
No Brasil, o crescimento econômico de 3,1% projetado pelo Boletim Focus para 2024 e a expansão da massa de renda continuam favorecendo o consumo de lácteos. A oferta nacional cresceu 2,4% nos últimos 12 meses encerrados em setembro, com destaque para as importações, que subiram 12,3% e agora representam 9% do mercado interno.
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Apesar disso, o aumento da produção doméstica ainda é tímido, mesmo com termos de troca favoráveis ao produtor, os melhores dos últimos quatro anos. Problemas como altos custos de produção, dificuldade de acesso a mão de obra e a saída de produtores do setor limitam uma expansão mais robusta.
No varejo, o preço do leite, que vinha em alta nos últimos meses, começa a sinalizar queda devido à maior oferta sazonal no último trimestre e à dificuldade do mercado consumidor em absorver novos aumentos. Já há registros de redução de preços no mercado atacadista de São Paulo e no mercado Spot. Para o produtor, a rentabilidade tende a sofrer leve recuo, com custos de produção em alta pelo segundo mês consecutivo, conforme medido pelo ICPLeite/Embrapa. Ainda assim, a tendência para o último trimestre do ano é de ajustes no setor, equilibrando oferta, demanda e preços.
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Fonte: agrolink