“É difícil chamar o Partido Democrata de esquerda norte-americana. É muito mais de centro, quase centro-direita, mas é o que existe de mais próximo no sistema bipartidário dos Estados Unidos. Então existiam essas afinidades [entre democratas e o presidente Lula]. Houve uma interação com o presidente Joe Biden, mas não deu grandes frutos, até porque eu acho que o mundo se envolveu em disputas muito maiores. Mas havia uma simpatia entre os dois líderes. Por isso, era quase natural que o Lula preferisse que a Kamala ganhasse”, explica.
“O Lula tenta se dar bem com todo mundo, porque é exatamente esse o discurso dele, que vê a aproximação com o BRICS e com o Sul Global não como ameaça para o Ocidente, o Norte Global, os Estados Unidos e a Europa. Esse é o discurso. Eu acho que ele realmente acredita que isso é possível. E isso foi possível na primeira década do governo do Lula. Hoje em dia, no mundo, é muito mais difícil manter essa postura. Mas eu acho que o Lula ainda está tentando manter isso […], só que acredito que o Trump vai pressionar e criar mais dificuldades para manter essa postura.”
Quais são os principais conflitos do mundo?
“É muito difícil imaginar que Trump vá trazer algo novo, porque ele tem uma relação inclusive pessoal com Netanyahu. Há uma relação ideológica entre eles, que são líderes da direita mundial. O lobby pró-Israel na sociedade norte-americana também tem laços muito fortes dentro do Partido Republicano, assim como o Democrata”, resume.
Qual a relação entre a China e os EUA?
“O país é visto como grande rival por conta da influência, do poderio econômico, diplomático e até mesmo militar. Então essa é a grande disputa”, finaliza.
Fonte: sputniknewsbrasil