Teste: Lexus UX 300h troca de motor para tentar sair da sombra do BMW X1


A Lexus está presente no Brasil desde 2012. Em 2020 passou a ter portfólio 100% eletrificado, tendo um catálogo totalmente híbrido. A marca de luxo conta com só 10 concessionárias no País e deve, pela primeira vez, passar de mil unidades vendidas no ano. O mercado brasileiro tem clientes dispostos a gastar centenas de milhares de reais por utilitários esportivos híbridos. A chegada de marcas chinesas com SUVs eletrificados é um bom exemplo disso. Então por que a Lexus, que coleciona prêmios de satisfação de clientes, não deslancha em vendas?

Vamos atrás de respostas no lançamento do novo carro de entrada da Lexus. Na verdade é uma evolução. Sai de cena a denominação UX 250h e chega ao Brasil o UX 300h. O crossover traz a quinta geração do sistema híbrido da Lexus, ganha potência e custa R$ 299.990.

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O propulsor a combustão ainda é o 2.0 quatro cilindros que utiliza gasolina. São 152 cv de potência e 18,8 kgfm de torque. O motor elétrico conta com 112 cv e tem torque de 20,6 kgfm. Comparando à potência combinada ao UX 250h, o UX 300h ganhou 14 cv para chegar a 198 cv. Com esse fôlego extra, o modelo faz 0 a 100 km/h em 8,1 segundos — quatro décimos mais rápido que o antecessor.

Mesmo com mais potência e desempenho, o UX 300h tem números de consumo melhores que o UX250h. São 17,3 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada. Méritos para essa performance da quinta geração do Lexus Hybrid System também vão para o novo conjunto de baterias, mais leve e compacto. São 60 células de íons de lítio. Antes as baterias do Lexus usavam níquel.

A caixa automática do tipo transaxial continuamente variável ganhou uma novidade. Agora o motorista não tem nenhuma conexão mecânica da manopla de câmbio com a transmissão. O novo seletor é menor e usa exclusivamente eletrônica para comandar a troca de marchas.

A filosofia de design da Lexus consegue combinar linhas marcantes e afiadas sem apelar à extravagância. A bocarra na grade combina bem com o olhar bravo dos faróis. Os para-lamas mostram recortes musculosos e o teto tem caimento harmonioso. Na traseira as lanternas com 120 LEDs parecem nascer das entranhas do Lexus.

Com 4,50 m de comprimento e 1,84 m de largura, o UX 300h ocupa a mesma área de um BMW X1. No entanto, o Lexus é mais baixo e tem entre-eixos mais curto que o SUV alemão. O modelo japonês usa a arquitetura GA-C (Global Architecture – Compact) com mais aços de alta resistência. Capô, portas e teto são de alumínio e ajudam o peso a ficar em 1.585 kg.

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Na cabine a Lexus junta ergonomia com linhas fluidas. Com poucos minutos dentro do UX 300h já é possível ficar familiarizado com os comandos e sentir o crossover nas mãos. Destaque positivo para os botões bem posicionados e com tamanho certo. Algumas montadoras apostam em botões pequenos ou com tecnologia táctil, que ficam lindos nas fotos. Porém, não são práticos no uso diário.

O cluster agora é totalmente digital. A tela tem 12,3 polegadas e conta com três designs diferentes para os instrumentos. Sempre com fundo preto com linhas brancas e realces vermelhos e verdes. Os materiais são muito bons e tem qualidade na construção.

O acerto da suspensão consegue combinar uma tocada firme sem aquelas pancadas secas. Nas curvas de raio mais longo, o Lexus consegue avançar equilibrado, sem rolar tanto a carroceria. É verdade que aqui existe uma ajudinha eletrônica com o Active Cornering Assist. A aceleração é boa, mas existem outros híbridos mais baratos e com desempenho mais ágil.

A lista de equipamentos do Lexus é generosa: multimídia com 12,3 polegadas (com Apple CarPlay sem cabo e Android Auto com cabo), sistema com câmeras e sensores que monitoram o entorno do veículo para ajudar nas manobras e também para abertura das portas, oito airbags, sistema de pré-colisão que detecta pedestres e acionamento automático dos freios.

Há também controle adaptativo de velocidade de cruzeiro e assistente de manutenção de faixa, sistemas que ajudam a encarar o trânsito arrastado. A Lexus oferece oito anos de garantia para o sistema híbrido (ou 200 mil km) e cinco anos de garantia para o veículo. Nas cidades onde não há concessionárias Lexus a manutenção e assistência técnica é feita pela Toyota, que tem mais de 300 pontos espalhados pelo Brasil.

Com tantos atributos, por que é tão difícil ver um carro da Lexus nas ruas brasileiras? Segundo Nancy Serapião, Head da Lexus no Brasil, não existe gargalo na produção da fábrica no Japão. “Nosso foco é cuidar da experiência do cliente”, explica a executiva. É por isso que a marca investe na filosofia Omotenashi, que se traduz na hospitalidade com que a Lexus recebe e, principalmente, quer reter seu cliente.

De acordo com a empresa, 40% dos consumidores da Lexus já são donos de modelos da marca. Outros 20% vêm da Toyota, e os restantes 40% migram de outras marcas de luxo como BMW, Volvo e Mercedes.

Para crescer, a Lexus precisa ter muito mais do que só 10 concessionárias. Porém, segundo Serapião, essa expansão será feita de maneira estruturada e sem abrir mão dos pilares da marca. Mesmo assim, vale a pena colocar o Lexus UX 300h na lista de crossovers híbridos. O modelo entrega bastante qualidade na construção, mesmo sem empolgar no desempenho.

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Fonte: direitonews

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