Como os incêndios afetam a fertilidade do solo e a produtividade?


O número de incêndios registrados em 2024 já ultrapassa a marca de 188.623 focos, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além de comprometer a saúde de milhões de pessoas, o avanço das queimadas causa danos irreversíveis ao solo agrícola, afetando sua estrutura, fertilidade e produtividade. A falta de manejo sustentável pode agravar prejuízos financeiros e ambientais, ameaçando o agronegócio e a produção de alimentos no país.

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Segundo Bernado Borges, pós-doutor em agronomia e gerente técnico da BRQ Brasilquímica, o fogo elimina a matéria orgânica essencial e expõe o solo a temperaturas extremas, prejudicando a microbiota necessária para o equilíbrio e regeneração do solo. “Com a destruição da matéria orgânica, microrganismos vitais para o ciclo de nutrientes e decomposição são eliminados, prejudicando a capacidade natural do solo de recuperar sua fertilidade”, destaca Borges. As queimadas provocam a volatilização de nutrientes como Nitrogênio e Enxofre, que se perdem na atmosfera. Elementos como Fósforo, Potássio, Cálcio e Magnésio podem se acumular temporariamente nas cinzas, mas esse efeito é prejudicial à longo prazo, pois altera o equilíbrio microbiológico e compromete a decomposição natural. Sem esses microrganismos, a capacidade de recuperação do solo é limitada, e o risco de erosão e perda de produtividade aumenta.

Borges explica que, mesmo os organismos que sobrevivem ao fogo não são suficientes para promover a regeneração completa do solo, levando a uma estrutura mais frágil e menos fértil. “Esse desequilíbrio biológico pode reduzir drasticamente o desempenho das lavouras, comprometendo safras futuras e a sustentabilidade da produção agrícola.”

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Apesar dos danos, Borges afirma que medidas de recuperação podem ser adotadas pelos produtores. Uma solução é a adubação verde, que reintroduz nutrientes e melhora a estrutura do solo por meio de plantas de cobertura. Além disso, o uso de compostos orgânicos é essencial para restaurar a matéria orgânica perdida.

A calagem é outro recurso indicado para corrigir a acidez provocada pelas cinzas e repor nutrientes essenciais, como cálcio e magnésio. A revegetação rápida com espécies nativas também é recomendada para prevenir a erosão e melhorar a retenção de água. “O uso de biofertilizantes e microrganismos benéficos ajuda a reequilibrar a microbiota e acelera o processo de recuperação biológica, restaurando a produtividade agrícola a longo prazo”, ressalta Borges.

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Fonte: agrolink

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