Os levantamentos mais recentes do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) revelam que os preços médios do algodão em pluma no mercado brasileiro têm se afastado das cotações internacionais, com vantagem para os valores praticados no exterior. Esse comportamento, característico para esta época do ano, reflete o aumento na oferta interna de pluma, impulsionado pelo avanço do beneficiamento da safra 2023/24. À medida que o processamento da produção progride, o mercado brasileiro sente maior pressão de oferta, o que contribui para a queda nas cotações domésticas.
Segundo os pesquisadores do Cepea, em outubro de 2024 (até o dia 28), a média do Indicador CEPEA/ESALQ para o algodão, com pagamento em oito dias, ficou em US$ 0,7074 por libra-peso (lp). Esse valor representa uma leve queda de 1% em relação ao mês anterior, resultado influenciado principalmente pela valorização de 1,2% na taxa de câmbio, que elevou a média do dólar para R$ 5,6047 ao longo do período. Com o real mais desvalorizado, os preços internos perdem competitividade em comparação com as cotações internacionais.
Enquanto isso, no mercado externo, o Índice Cotlook A apresentou uma alta de 1,8%, alcançando US$ 0,8392/lp. Paralelamente, o primeiro vencimento da ICE Futures (Bolsa de Nova York) avançou 1,5%, para US$ 0,7191/lp, indicando um movimento de alta nos mercados internacionais. A diferença entre as cotações brasileiras e internacionais pode afetar a competitividade das exportações e o comportamento dos agentes comerciais nas próximas semanas.
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O avanço do beneficiamento da pluma no Brasil, especialmente durante o período pós-colheita, tende a aumentar a oferta disponível no mercado doméstico. Com mais produto entrando nas tradings e armazéns, a pressão vendedora cresce, dificultando uma recuperação significativa das cotações no curto prazo. Além disso, a competitividade interna é afetada pela menor demanda externa, uma vez que os compradores internacionais se beneficiam dos preços mais favoráveis em outros mercados.
Perspectivas para o mercado de algodão sugerem que, caso a taxa de câmbio continue se valorizando, a recuperação dos preços internos pode se tornar ainda mais desafiadora. Por outro lado, uma possível estabilização ou queda na oferta global pode favorecer as exportações brasileiras nos próximos meses, especialmente se houver mudanças nas condições climáticas ou no comportamento dos grandes compradores internacionais.
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Os agentes do mercado brasileiro precisam monitorar de perto os movimentos do câmbio e as tendências internacionais para definir suas estratégias de venda. A escolha entre direcionar o algodão para o mercado interno ou apostar em exportações dependerá das flutuações nas cotações e do apetite da demanda internacional. Além disso, o comportamento da ICE Futures e do Índice Cotlook A será decisivo para orientar as operações comerciais ao longo dos próximos meses.
Fonte: agrolink