Após 17 anos no Brasil, o Renault Logan está oficialmente fora de linha. O fim da produção nacional do sedã compacto foi confirmado pela fabricante em resposta à Autoesporte. “As últimas unidades produzidas seguem sendo comercializadas na rede de concessionárias”, comentou a marca.
A saída do Logan do mercado brasileiro não é exatamente uma surpresa, já que seu fim era especulado há mais de um ano. Ainda no mês de outubro, concessionários mencionaram que o sedã já não estava mais disponível nas lojas, seja para vendas diretas ou para pessoas físicas, como adiantado por Autoesporte.
O modelo, que era feito na fábrica de São José dos Pinhais (PR), no entanto, ainda está disponível no configurador da marca em duas versões: Life e Zen. Os preços são de R$ 97.500 e R$ 101 mil, respectivamente. Porém, no site de ofertas, por exemplo, não há uma unidade sequer do sedã em promoção. Portanto, aos fãs do Logan, tudo indica que restam pouquíssimas unidades.
Fruto de um projeto da Dacia, o Renault Logan nasceu em 2004, mas estreou no Brasil apenas três anos depois, em 2007. Aliás, foi o primeiro carro nacional da Dacia que a marca francesa decidiu lançar por aqui, seguido por Sandero e Duster – único sobrevivente dessa era.
Quando estreou por aqui, o Logan tinha a proposta de ocupar uma posição de carro de entrada, premissa que acompanhou o modelo durante as duas gerações no Brasil. O auge do sedã aconteceu em meados de 2014, quando estreou em sua segunda geração, como ano 2015. O sucesso se deu por conta do volume interessante no porta-malas, de 510 litros, e o amplo espaço interno.
Nessa época, o sedã da marca francesa chegou a emplacar mais de 46 mil unidades. Número alto, ainda mais se considerarmos os últimos registros. Em setembro deste ano, por exemplo, o Logan vendeu quase 2 mil unidades. Não é um resultado ruim, porém, dos 1.978 exemplares que deixaram as lojas no mês, 1.961 foram destinados a empresas.
Nos demais meses de 2024, os emplacamentos foram bem mais modestos. Em agosto, dos 373 exemplares vendidos no total, só quatro foram para pessoas físicas. Na parcial de outubro, ainda segundo a Fenabrave, só 28 Logan saíram das concessionárias da marca.
Indo mais afundo, em 2023, por exemplo, foram apenas 4.559 emplacamentos. A média fica ainda menor quando olhamos para os rivais, como Chevrolet Onix Plus (74.887), Fiat Cronos (50.755) e Volkswagen Virtus (27.094).
Seja como for, o modelo da Renault recebeu sua última atualização em 2019. Em seus últimos anos no Brasil, o Logan era equipado com o motor 1.0 12V aspirado que rende 82 cv de potência e 10,5 kgfm de torque e câmbio manual de cinco marchas. Entretanto, até 2022, também oferecia opções com motor 1.6 de quatro cilindros e 16 válvulas. Este rendia 118 cv de potência máxima e 16 kgfm de torque.
O fim do Logan também marca mais um capítulo da mudança de perfil da Renault no Brasil, deixando de lado produtos de origem Dacia, a subsidiária romena de baixo custo do grupo francês. Em 2019, noticiamos que o Duster, Sandero e Logan poderiam ser os últimos carros da Dacia vendidos por aqui. Na época, a Renault procurava apostar em veículos com um visual próprio.
Vale dizer que o Sandero saiu de linha em 2022. O Duster ainda persiste no mercado, mas é o SUV compacto com o projeto mais antigo disponível no Brasil. Lançado em 2011, teve grande destaque nas lojas, mas a chegada da concorrência a partir da segunda metade da década fez as vendas estagnarem e, posteriormente, caírem.
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Fonte: direitonews