“O projeto de desenvolvimento de motor para aeronave hipersônica brasileiro se chama 14-X, em uma referência ao projeto de Santos Dummont, o 14-BIS”, disse Hetem à Sputnik Brasil. “A ideia é que a aeronave voe a 14 vezes a velocidade do som, então o número 14 virou um número mágico para esse projeto.”
“Uma aeronave como essa voará tão rápido que será basicamente inalcançável, e por isso com clara vantagem do ponto de vista da defesa”, disse Hetem. “Outra aplicação prioritária para essa tecnologia será para o lançamento de mísseis.”
“De fato, a realização de testes de voo real é um grande desafio. São necessárias equipes de uma centena de pessoas, uma área bastante grande, na qual não trafeguem aviões, navios ou pessoas que possam ser atingidas pela aeronave”, disse Hetem. “A dificuldade para testar um protótipo como esse em laboratório aumenta muito o custo do projeto.”
“Ainda não está claro se teremos como embarcar pilotos e passageiros a velocidades superiores a Match 5, mas os ganhos para a aviação civil e militar seriam inquestionáveis”, disse Valle Rosa à Sputnik Brasil. “É uma tecnologia disruptiva, ela muda o patamar da defesa e do transporte aéreo. Diminuir o tempo de uma viagem de Paris a Nova York a 30 ou 40 minutos garantiria um ganho comercial significativo.”
Mísseis hipersônicos?
“Em 2021, no âmbito da Operação Cruzeiro, o lançamento do foguete brasileiro 14-XS, lançado da base da Barreira do Inferno, atingiu a velocidade de Match 6, e, portanto, uma velocidade hipersônica”, disse Burmann à Sputnik Brasil. “Fomos capazes de realizar um teste com foguete em velocidade hipersônica antes dos EUA, que teve sucesso somente em 2022.”
“Claro que observamos com atenção os desenvolvimentos da tecnologia hipersônica de outros países, mas o projeto brasileiro não visa o desenvolvimento de armas hipersônicas”, disse o coronel aposentado da reserva da FAB Valle Rosa. “O projeto brasileiro é de propulsão hipersônica, isto é, visa o desenvolvimento do motor hipersônico. Então, não é um projeto similar ao de Rússia, China ou EUA.”
Fonte: sputniknewsbrasil