Exposição a pesticidas: O que revela a toxicologia?


A Toxicologia Clínica, uma área da saúde dedicada a estudar a ação dos agentes químicos, como pesticidas, sobre a saúde ocupacional e pública, é fundamental para avaliar os efeitos que esses produtos podem causar em populações expostas. Segundo o professor-doutor Angelo Zanaga Trapé, ex-coordenador do Ambulatório de Toxicologia do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp, essa ciência permite investigar tanto os impactos de curto quanto de longo prazo causados pelos pesticidas. Ela envolve a toxicocinética, que analisa como o pesticida é absorvido e eliminado pelo organismo, e a toxicodinâmica, que avalia os efeitos nos órgãos humanos.

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De acordo com Trapé, a dose de exposição é um fator determinante para os efeitos dos pesticidas, assim como o tipo de produto, o tempo e o cenário de exposição. Em trabalhadores com longa exposição a pesticidas, a toxicologia clínica ajuda a identificar possíveis problemas de saúde, embora essa identificação seja desafiadora em casos de exposição prolongada. 

“A Toxicodinâmica compreende a avaliação dos possíveis efeitos negativos ou positivos nos diversos órgãos do corpo humano. O efeito sempre depende da dose, lembrando Paracelsus: “A dose faz o remédio e a dose faz o veneno”. O efeito depende também do tipo de pesticida, do tipo de exposição, do tempo de exposição, do cenário de exposição. Essa avaliação é fundamental em quadros clínicos de trabalhadores com atividade de longo prazo (mais que 1 ano) com ´pesticidas. Os quadros agudos na maioria dos casos intencionais (suicídio e homicídio) como mostram as estatísticas com CEATOXS (Centros de Informação e Assistência Toxicológica) são de atenção imediata em regime de urgência. Identificar efeitos não agudos em indivíduos com exposição de longo prazo a pesticidas não é tarefa fácil e de conclusão precipitada”, afirma.

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O Ambulatório de Toxicologia do HC da Unicamp, que atendeu mais de 15 mil pessoas ao longo de 20 anos, mostrou que 10% dos trabalhadores avaliados apresentavam efeitos relacionados à exposição, mas muitas vezes associados a comorbidades, como alcoolismo e tabagismo. Dermatites de contato foram os efeitos mais frequentes. Contudo, a maioria, cerca de 90% dos trabalhadores, não apresentou impactos significativos na saúde quando seguiam as Boas Práticas Agrícolas. Esses dados reforçam a importância de uma avaliação clínica cuidadosa, destacando que, na medicina, a “Clínica é Sempre Soberana”.
 

Fonte: agrolink

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