A produção mundial de soja na safra 2024/2025 está projetada para alcançar 428,7 milhões de toneladas, representando um crescimento de 9% em relação à safra anterior. A estimativa foi divulgada hoje (27/08) pela DATAGRO, baseada em dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), durante a 5ª DATAGRO Abertura de Safra de soja, milho e algodão, realizada em Cuiabá (MT). O evento trouxe previsões detalhadas sobre as próximas safras globais e brasileiras.
Para a safra brasileira de soja, a previsão é de um recorde de 169 milhões de toneladas, 10% superior ao registrado na safra 23/24. Nos Estados Unidos, a produção também deve crescer 10%, atingindo 124 milhões de toneladas. No entanto, o cenário para o milho mundial é diferente: após um crescimento para 1,22 bilhão de toneladas em 23/24, a produção deve recuar ligeiramente para 1,219 bilhão de toneladas na safra 24/25. No Brasil, a produção de milho deve avançar 4%, totalizando 127 milhões de toneladas, enquanto nos EUA a estimativa é de 384,7 milhões de toneladas, um valor praticamente estável em comparação com a safra anterior.
Durante a apresentação de abertura conduzida por Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos, foram destacados vários cenários importantes. Entre eles, os estoques elevados de soja para as safras 23/24 e 24/25 que devem limitar os preços na CBOT (Bolsa de Chicago). Ele também mencionou que a área plantada maior e o clima regular nos EUA devem impulsionar a produção de soja, com lavouras evoluindo bem e caminhando para rendimentos recordes. Contudo, a CBOT registra uma retração nos preços da soja este ano, ficando abaixo da média.
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Além disso, França Junior ressaltou que a taxa de câmbio segue subindo, e mesmo com a renda agrícola apertada, a área plantada de soja no Brasil deve crescer na safra 25/26. Outro ponto de atenção é o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO), com o Oceano Pacífico registrando resfriamento nas últimas semanas, o que pode influenciar o clima globalmente. Ele finalizou apontando que os estoques mundiais de milho também devem crescer nas safras 23/24 e 24/25, embora os preços do milho na CBOT estejam em queda este ano, abaixo da média. No Brasil, os estoques de milho podem cair pelo quinto ano consecutivo.
Fonte: agrolink