Nesta quinta-feira (8), Porto Alegre foi tomada por tratores em uma manifestação organizada por produtores rurais de diversas regiões do Rio Grande do Sul. O protesto, denominado SOS Agro RS, reuniu mais de trezentos tratores e cerca de dez mil agricultores, incluindo participantes de outros estados, que convergiram para a Capital desde as primeiras horas da manhã. Os manifestantes percorreram importantes rodovias como a BR-386, BR-116, BR-290 (Freeway) e BR-448 (Rodovia do Parque), causando congestionamentos significativos, especialmente na Freeway.
O ato teve como objetivo principal pressionar o governo federal a adotar medidas mais eficazes para aliviar as dívidas e apoiar a recuperação do setor agrícola, que sofreu grandes perdas devido às enchentes recentes. Os tratores avançaram pelo Centro de Porto Alegre e chegaram à avenida Edvaldo Pereira Paiva, no entorno do Parque Harmonia, onde foram estacionados. Para controlar o tráfego, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) precisou bloquear uma faixa em cada sentido da via.
Essa foi a terceira manifestação realizada pelos produtores rurais gaúchos, após atos semelhantes em Cachoeira do Sul e Rio Pardo. A mobilização ocorre dias após o governo federal publicar, em 31 de julho, uma medida provisória que estabelece as condições para a renegociação das dívidas dos produtores, com descontos baseados no percentual de perdas, com patamares específicos para prejuízos iguais ou superiores a 30% e acima de 60%. Contudo, alguns detalhes ainda dependem de um decreto que será publicado.
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve presente na manifestação e expressou sua preocupação com a situação enfrentada pelo agronegócio gaúcho nos últimos anos. “O agronegócio gaúcho vem de anos muito difíceis, com ciclos de estiagem que já tinham dificultado a produtividade no campo. E neste ano, em que tínhamos a expectativa de uma recuperação, nos deparamos com esta calamidade das enchentes. Precisamos fazer com que entendam lá em Brasília que, ao contrário do que parece, o sul do Brasil ainda não está resolvido,” afirmou Leite.
Fonte: agrolink