Na última semana, o contrato de soja para agosto de 2024 em Chicago fechou a US$10,29 por bushel, registrando uma queda expressiva de 4,01%. Em contraste, o mercado físico brasileiro apresentou movimentos positivos, em desacordo com a tendência de Chicago. A alta foi impulsionada pelo prêmio e pelo dólar, que subiu 0,88% ao longo da semana, para R$5,71. O contrato com vencimento em março de 2025 também terminou a semana com queda de 1,30%, a US$10,60 por bushel. D
e acordo com a análise da Grão Direto, diversos fatores influenciam as expectativas para o mercado de soja nesta semana. O cenário climático favorável e as boas condições de desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos continuam a pressionar as cotações em Chicago. Apesar disso, os prêmios para execuções curtas no Brasil permanecem elevados, com valores entre 110 a 150 cents de dólares por bushel em regiões como Minas Gerais, Goiás e São Paulo, oferecendo boas oportunidades de negociação mesmo com a soja em Chicago operando nas mínimas do ano.
A alta do dólar, que recentemente rompeu a região dos R$5,70 e se aproximou dos R$5,80, valores não observados desde o início de 2021, também desempenha um papel significativo. A moeda americana pode ter uma semana de leves quedas, mas deve se manter em níveis elevados, mantendo os prêmios atrativos para os exportadores brasileiros.
O que esperar do mercado?
Exportações Brasileiras: O mês de julho foi extremamente significativo para as exportações brasileiras, com potencial para atingir um volume histórico acima de 10,5 milhões de toneladas, superando o recorde de 2018 de 10,2 milhões de toneladas. No acumulado de janeiro a julho, o país deve alcançar patamares próximos a 75 milhões de toneladas, estabelecendo um novo marco histórico. Apesar de uma possível desaceleração nos próximos meses, o Brasil ainda pode atingir cerca de 100 milhões de toneladas até o final do ano, necessitando exportar uma média de 5 milhões de toneladas mensais.
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Safra Norte-Americana: O ano-safra nos Estados Unidos termina no final de agosto e deve consolidar uma queda de aproximadamente 14% em relação à safra passada, caindo de 52,8 para 46,2 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projeta um crescimento de 8% na próxima safra, mas há especulações sobre a demanda pela soja americana em 2024/25, especialmente devido à baixa demanda atual. No entanto, os níveis atuais de Chicago são atraentes para uma demanda mais agressiva, considerando a limitação brasileira nos próximos meses em favor do milho.
Análise Gráfica: Na semana passada, o contrato de novembro da soja em Chicago (ZSX2024) caiu para seu menor valor desde outubro de 2020, cotado abaixo de US$10,15 por bushel. A região dos US$10,15 por bushel é um ponto técnico relevante que pode atuar como suporte. Caso a soja perca essa mínima novamente, os próximos pontos de atenção serão US$10,00 e US$9,45. Em um cenário positivo, com a soja ganhando força durante a semana e superando os US$10,50, os próximos alvos para o contrato de novembro estarão na faixa dos US$10,85 e US$11,27.
Com base nesses fatores, as cotações da soja podem começar a esboçar uma reação positiva. Assim, a soja brasileira poderá experimentar uma semana de valorização.
Fonte: agrolink