Produção nacional de químicos ameaçada?


No primeiro semestre de 2024, o déficit da balança comercial brasileira de produtos químicos foi de US$ 21,7 bilhões, marcando uma redução de 9,2% em relação ao mesmo período de 2023. As importações somaram US$ 28,8 bilhões, enquanto as exportações totalizaram US$ 7,1 bilhões, ambas com quedas em relação ao ano anterior (7,5% e 4,8%, respectivamente).

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A diminuição no déficit é atribuída à redução de 15,3% nos preços das importações, que vêm principalmente de países asiáticos aproveitando matérias-primas russas a preços baixos. O volume de importações aumentou 9,1%, destacando-se em resinas termoplásticas e outros produtos químicos, o que representa uma ameaça à produção nacional e leva empresas a considerar paralisações e desativações de unidades. As exportações brasileiras também tiveram uma leve queda, totalizando 7 milhões de toneladas, uma redução de 0,8%.

Para a Diretora de Economia, Estatística e Competitividade da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados da balança comercial em produtos químicos no primeiro semestre de 2024 indicam ser fundamental a elevação temporária e emergencial das alíquotas tarifárias para produtos químicos estratégicos produzidos no País.

“O cenário de rápida deterioração da utilização da capacidade instalada – resultante da escalada agressiva da participação das importações na demanda interna -, somente será superado no curto prazo com a ação emergencial e corretiva por meio de tarifas transitórias para os produtos mais expostos a práticas predatórias de comércio, a exemplo do que outras grandes geografias como os Estados Unidos estão fazendo, para garantir os empregos industriais e combater o surto de importações com preços artificiais e alto teor de emissões ”, destaca Fátima Giovanna.

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Em junho de 2024, 28 entidades, lideradas pela Abiquim, lançaram um manifesto em defesa da produção nacional de insumos químicos. O documento solicita políticas robustas contra o dumping de produtos importados e destaca a importância de proteger a balança comercial para garantir a operação das cadeias produtivas e atrair novos investimentos. O manifesto também defende um aumento temporário de impostos para dar tempo ao setor de implementar medidas estruturais e melhorar a competitividade.
 

Fonte: agrolink

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