Em junho de 2024, os preços da soja apresentaram uma recuperação de 2,7% em relação ao mês anterior, atingindo um valor médio mensal de R$ 125,90 por saca, conforme dados levantados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) no Boletim Agropecuário de julho. No entanto, quando comparado aos últimos 12 meses (junho de 2023 a junho de 2024), houve uma queda de 1,1%.
A movimentação dos fundos de investimentos, a variação do dólar e as condições das lavouras nos Estados Unidos influenciaram significativamente as cotações internacionais na Bolsa de Chicago no início de julho. Os preços da soja ao produtor brasileiro refletiram essas oscilações internacionais, com uma queda de R$ 5,00 por saca entre o início de julho e o dia 10. O relatório do USDA, previsto para 12 de julho, poderá confirmar essas tendências.
Em junho, os preços da soja ao produtor no Paraná tiveram um aumento mensal de 2,7%. No primeiro semestre de 2024, a variação foi positiva em 5,8%. No entanto, em uma análise anual, houve um recuo de 1,1%.
As condições climáticas nos Estados Unidos, especialmente durante os meses de julho e agosto, serão cruciais para o desenvolvimento das safras de soja e milho, influenciando os preços no mercado internacional no segundo semestre. Além disso, a demanda por biodiesel na Europa, impulsionada pela guerra na Ucrânia, sustenta os preços da soja, enquanto a demanda interna chinesa permanece incerta, com os preços oscilando.
As exportações brasileiras de soja continuam em ritmo acelerado, com embarques previstos de cerca de 10 milhões de toneladas em julho. A recuperação da safra argentina, estimada em 47,4 milhões de toneladas, 6% superior à média do período de 2018 a 2022, também influencia o mercado.
A expectativa de aumento da inflação nos Estados Unidos tem levado fundos a apostarem na queda dos preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). A desvalorização do real frente ao dólar impulsionou os preços em junho, mas no início de julho, a valorização do real tornou a soja brasileira menos competitiva no mercado internacional.
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A produção total de soja em Santa Catarina, contemplando a primeira e segunda safras, é de 2,75 milhões de toneladas. As precipitações elevadas em outubro e novembro de 2023 causaram atrasos na semeadura e prejudicaram a produtividade, resultando em uma queda de 11,1% na primeira safra. A região de Campos de Lages foi a mais afetada, com uma queda de mais de 22% na produtividade devido às chuvas intensas no final da colheita.
A segunda safra no estado se mantém em 58 mil hectares, com uma elevação de 3,3% na produtividade, mantendo a produção superior a 150 mil toneladas. As regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste concentram cerca de 80% da área cultivada no estado.
Santa Catarina é um importante polo para a produção de sementes de soja, com 124 mil hectares destinados à produção em 2023. A maior parte dessas sementes é exportada para outros estados.
As exportações de soja por Santa Catarina somaram 725 mil toneladas no primeiro semestre de 2024. As vendas externas deste ano devem diminuir em relação a 2023, devido à queda na produção relativamente à safra anterior e ao aumento do beneficiamento (esmagamento) no estado. O valor recebido por tonelada apresentou uma redução significativa desde 2022, com a comercialização se concentrando no primeiro semestre.
Fonte: agrolink