O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), órgão responsável pela previsão e monitoramento do tempo no Brasil, está à beira de interromper suas atividades devido à falta de pessoal e recursos. Em comunicado enviado ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, as entidades sindicais Condsef e Fenadsef destacam a situação crítica do instituto, que pode paralisar suas operações a partir do próximo dia 15 de junho.
A crise no INMET, que já vinha se desenrolando nos últimos anos, agravou-se com o corte de orçamento e a dependência crescente de mão de obra terceirizada. De acordo com o manifesto assinado pelo Secretário-Geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, 60% dos meteorologistas operacionais e 100% dos analistas de sistema que mantêm a estrutura do instituto são terceirizados. Recentemente, esses colaboradores receberam avisos prévios de dispensa, exacerbando a precariedade do quadro de pessoal.
O INMET é responsável pelo emissão de avisos meteorológicos especiais e para a tomada de decisões em situações de emergência climática. Eventos extremos, como as chuvas excepcionais no litoral paulista em fevereiro de 2023 e a recente crise no Rio Grande do Sul, evidenciam a importância do instituto. Mesmo com limitações, o INMET tem mantido operações diárias em colaboração com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD).
A falta de autonomia administrativa, desde que o INMET passou a ser subordinado à Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do MAPA, contribuiu para o enfraquecimento do órgão. O orçamento do instituto não foi suficiente para sustentar as operações até o fim do primeiro semestre de 2024, e a crise de pessoal compromete a capacidade do INMET de fornecer dados meteorológicos críticos para o país.
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As entidades sindicais solicitam uma reunião emergencial com o ministro Fávaro para discutir soluções, incluindo a manutenção e ampliação da equipe técnica, a recuperação da autonomia administrativa com um orçamento adequado, e a inclusão dos servidores no plano de carreiras da área de Ciência e Tecnologia. Além disso, propõem a criação de uma comissão técnica para participar da reestruturação do instituto.
A situação é agravada pela insuficiência das 40 vagas previstas para o próximo concurso público, que são consideravelmente inferiores às 242 vagas previstas no concurso cancelado de 2015.
Fonte: agrolink