As enchentes recentes no Rio Grande do Sul estão provocando um impacto devastador na economia do estado. O Professor Dr. Argemiro Luís Brum, da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), alertou que as consequências são gravíssimas, não apenas pela perda irreparável de vidas humanas, mas também pelo profundo recuo econômico.
Segundo os primeiros levantamentos, estima-se que o PIB do estado sofrerá uma queda de 6,2 pontos percentuais. “Se essa previsão se confirmar, 2024 terminará com um PIB negativo entre 1,5% e 2%, contrastando com a expectativa inicial de 4,5% positivo” (cf. CDL/POA), afirmou o professor.
O impacto geral é tão significativo que a catástrofe deverá reduzir o PIB brasileiro entre 0,2 e 0,4 ponto percentual. No setor produtivo gaúcho, além das perdas agropecuárias ainda não totalmente calculadas, 53% das empresas foram muito afetadas. Destas, 31% ainda não estão operando e 23% trabalham parcialmente. De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, 78% dos negócios atingidos não tinham seguro e 74% precisarão de empréstimos para retomar as atividades
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) relatou que 95% dos estabelecimentos industriais foram impactados pelas enchentes, comprometendo 96% dos empregos industriais, 97% das exportações da indústria de transformação e 97% da arrecadação de ICMS proveniente de atividades industriais. Além disso, 90% dos municípios gaúchos foram de alguma forma afetados, atingindo 94,3% de toda a atividade econômica estadual.
O valor final dos prejuízos poderá ultrapassar os R$ 100 bilhões, podendo chegar a R$ 200 bilhões. Para a reconstrução do estado, seriam necessários cerca de R$ 85 bilhões, muito acima dos R$ 20 bilhões estimados pelo poder público estadual, segundo estudos da casa de investimentos G5.
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Diante dessa realidade, a recuperação será longa. “Será preciso de um a dois anos para voltarmos ao ‘normal’. Não se trata apenas de calcular as perdas materiais, mas também o que deixou de ser produzido e o tempo necessário para retomar a produção na cadência anterior às enchentes”, explicou o Professor Brum.
Essa situação se soma às adversidades enfrentadas pelo estado na última década, incluindo a recessão econômica de 2014-2016, a pandemia de COVID-19 e três verões consecutivos de secas severas. O Rio Grande do Sul enfrenta uma década excepcionalmente negativa, com o risco crescente de eventos climáticos nocivos se repetirem com maior frequência.
Impacto econômico das enchentes no RS:
- Queda no PIB Estadual: 6,2 pontos percentuais.
- Previsão de PIB 2024: De -1,5% a -2%.
- Impacto no PIB Brasileiro: Redução entre 0,2 e 0,4 ponto percentual.
- Empresas Afetadas: 53% muito afetadas, 31% inoperantes, 23% parcialmente operantes.
- Cobertura de Seguro: 78% das empresas sem seguro.
- Necessidade de Empréstimos: 74% das empresas afetadas.
- Estabelecimentos Industriais: 95% afetados.
- Empregos Industriais: 96% impactados.
- Exportações da Indústria de Transformação: 97% afetadas.
- Arrecadação de ICMS: 97% impactada.
- Municípios Afetados: 90% dos municípios do estado.
- Atividade Econômica Estadual: 94,3% atingida.
- Prejuízos Estimados: Entre R$ 100 bilhões e R$ 200 bilhões.
Fonte: agrolink