A expectativa para o fechamento das exportações de mangá do Brasil em 2023 é positiva, impulsionada principalmente pela produção da Bahia. Após um ano de queda, as remessas internacionais devem retomar o crescimento, com um volume já 19% maior em comparação com 2022. As informações são da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri). Em termos de receita, os embarques até outubro atingiram patamares históricos, registrando um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-SP).
Apesar das expectativas de uma mega-safra, a produção da fruta no Vale do São Francisco, abrangendo municípios baianos e pernambucanos, não deve superar o recorde de 272,5 mil toneladas previstas em 2021. As condições climáticas, com chuvas no início do ano e calor acima do normal no segundo semestre, desenvolvido para essa perspectiva. No entanto, mesmo diante desses desafios, volumes consideráveis de mangá estão sendo exportados da região para o mercado internacional.
A questão fitossanitária é uma das principais critérios do mercado externo para importação de frutas. O controle de pragas nos pomares é essencial para a entrada de produtos nos mercados internacionais. Desde abril de 2023, acordos técnicos entre a Seagri, Sebrae, Senar e Abrafrutas forneceram orientação e monitoramento contra a mosca da fruta, principal praga que ameaça as plantações de manga na região norte da Bahia.
Analisando a logística, os custos de frete diminuíram em comparação com o ano anterior, e a regularidade no transporte marítimo aumentou, tornando viável o envio de mangas para destinos como Estados Unidos e Europa. Essa melhoria na logística foi apontada pela Valexport, entidade envolvida na promoção internacional dos produtos do Vale do São Francisco.
Além disso, outro fator que afetou as exportações brasileiras de mangá em 2023 foi a limitação da produção em países concorrentes, especialmente na América do Sul. A expectativa de baixa produção no Equador e no Peru, devido às condições climáticas do El Niño, deve reduzir os embarques para os Estados Unidos, abrindo espaço para maior demanda pela fruta brasileira entre outubro e dezembro, período tradicionalmente dominado pela produção equatoriana. Essas informações foram destacadas pelo Cepea.
Fonte: agrolink